Varejistas britânicos contratam ex-detentos para simular furtos e combater roubos

O British Retail Consortium revelou que o roubo de clientes custou aos varejistas britânicos US$ 2,7 bilhões em 2024, um aumento de 21% em relação ao ano anterior. Este crescimento é atribuído a uma onda crescente de crimes, exacerbada pela inflação pós-pandemia e pela redução da fiscalização de roubos abaixo de US$ 250, uma política que o governo atual planeja reverter.

Martin Gill, ex-professor de criminologia e fundador da Perpetuity Research, utiliza ex-detentos para simular furtos em lojas, uma abordagem inovadora para entender as dinâmicas do crime. Gill, que estudou o comportamento criminoso, acredita que essas simulações oferecem insights valiosos que podem ajudar os varejistas a aprimorar suas estratégias de segurança. Ele descreve seus colaboradores como "criminosos de carreira" que podem compartilhar experiências reais sobre furtos.

Os gastos com prevenção ao crime no Reino Unido aumentaram 67%, totalizando US$ 1,5 bilhão entre 2022 e 2023. Uma pesquisa nos EUA indicou que quase dois terços dos varejistas elevaram seus orçamentos para treinar funcionários na prevenção de furtos. A Perpetuity realiza testes em diferentes horários do dia, focando em áreas específicas e utilizando técnicas que refletem métodos de ladrões profissionais, como o uso de papel alumínio para evitar alarmes.

Gill destaca que, embora as tecnologias modernas, como caixas de autoatendimento, facilitem a vida dos consumidores, também oferecem oportunidades para os ladrões. Durante os testes, a equipe de segurança da loja geralmente não é informada, e um "Plano B" é ativado caso os ladrões simulados sejam pegos. Em uma ocasião, um cliente denunciou Gill à polícia, mas ele conseguiu explicar a situação e evitar complicações.