Mudança climática transforma cultivo de mangos na Itália e redefine a agricultura global

Vincenzo Amata, um agricultor siciliano, transformou sua vida após experimentar um mango durante uma viagem à Sicília. Seis meses depois, ele abandonou sua carreira como vendedor de roupas para cultivar mangos em sua propriedade, PapaMango, que abrange sete hectares. Com o aumento das temperaturas e as mudanças climáticas, muitos agricultores na região estão mudando de cultivos tradicionais, como limões e azeitonas, para mangos, que se adaptam melhor às novas condições climáticas.

A produção de mangos está crescendo globalmente, com previsão de alcançar 65 milhões de toneladas em 2024. No entanto, os principais produtores enfrentam desafios como temperaturas elevadas e novas doenças. Em 2023, a área cultivada com mangos na Itália aumentou para quase 1.215 hectares, comparado a apenas 10 hectares em 2004. Os preços dos mangos também subiram, com produtores sicilianos recebendo até 5,50 euros por quilo, em contraste com os 1,22 euros pelos limões.

No México, a produção de mangos, especialmente da variedade Ataúlfo, enfrenta dificuldades devido à sequência de secas e chuvas intensas, que afetam a qualidade e o ciclo de colheita. Enquanto isso, a variedade Kent, cultivada em Sinaloa, teve um aumento significativo nas exportações para os Estados Unidos, refletindo a adaptação dos agricultores às novas condições climáticas. A demanda crescente por mangos está levando a uma reconfiguração da agricultura em várias regiões.

Em estados como Flórida e Califórnia, o cultivo de mangos está em ascensão, impulsionado por temperaturas mais amenas e uma menor frequência de geadas. Apesar dos desafios climáticos, o interesse por cultivar mangos continua a crescer, destacando a resiliência do setor agrícola diante das mudanças climáticas. O mango, portanto, simboliza tanto os desafios quanto as oportunidades que o aquecimento global traz para a agricultura moderna.