Economia

Empresas em risco: juros altos e dólar elevado afetam setores em 2025

A Selic alta e o dólar elevado geram riscos para empresas com dívidas em dólar. Moody’s aponta Azul e Usina Coruripe como as mais vulneráveis no cenário atual. Expectativas de juros em queda foram frustradas, impactando empresas endividadas. Apesar das dificuldades, empresas podem adiar investimentos e usar caixa excedente. Mercado de capitais se mostra resiliente, ajudando a manter liquidez e solvência.

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Os investidores estão preocupados com a alta da Selic, que chegou a 15%, e a desvalorização do dólar, que impactam diretamente as empresas não financeiras que tomaram empréstimos no mercado de capitais. Segundo Marcos Schmidt, diretor da Moody’s, as empresas mais vulneráveis são aquelas com alta alavancagem, dívidas atreladas à Selic e receitas em reais, mas custos em dólar. O relatório da agência aponta que o cenário macroeconômico, com um real fraco e inflação elevada, deve gerar cautela entre os investidores de crédito privado, dificultando o cumprimento das obrigações financeiras em 2025.

O cenário se tornou desafiador após uma mudança nas expectativas de juros. O mercado começou 2024 prevendo uma queda na Selic, mas terminou o ano com um novo aperto monetário. Empresas que assumiram dívidas atreladas ao CDI foram pegas de surpresa, já que esperavam custos mais baixos. A Moody’s observa que, embora a depreciação do real tenha impacto limitado nas métricas de liquidez, a exposição a dívidas atreladas aos juros básicos é mais difícil de gerenciar. A confiança do consumidor caiu, o que levanta dúvidas sobre o faturamento das empresas, especialmente com a alta dos juros afetando o crédito ao consumidor.

Entre as empresas mais afetadas, a Azul (AZUL4) se destaca, pois possui custos operacionais e dívidas em dólar, o que pode agravar sua liquidez. Apesar disso, Schmidt ressalta que não se pode generalizar o risco para todas as companhias do setor. A Usina Coruripe e a Marfrig (MRFG3) também enfrentam riscos devido à alta alavancagem e à exposição a dívidas em dólar. Já a Raízen apresenta um risco elevado, mas conta com liquidez suficiente para enfrentar o cenário adverso.

Para mitigar os impactos, as empresas podem adiar investimentos e utilizar caixa excedente para quitar dívidas de curto prazo. O câmbio, embora ainda desvalorizado, melhorou em relação ao fechamento de 2024, com o dólar cotado a R$ 5,76. O mercado de capitais, que tem visto um aumento nas emissões, deve ajudar a manter a liquidez das grandes empresas. Schmidt compara a situação atual com o cenário de 2016, afirmando que, apesar dos desafios, os fundamentos de crédito permanecem sólidos e robustos para enfrentar o choque de juros e câmbio.

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