04 de mai 2025
Governança global é essencial para erradicar a fome e garantir segurança alimentar
Relatório da Comissão Kofi Annan propõe reformas urgentes na governança global da segurança alimentar para combater a fome.
Foto tirada em 3 de julho de 2017 em Meautis mostra a linha de produção de uma planta da cooperativa agrícola francesa na indústria de laticínios 'Les Maitres laitiers du Cotentin'. A planta fabrica produtos lácteos destinados ao mercado da China. (Foto: CHARLY TRIBALLEAU/AFP via Getty Images)
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A fome global continua a ser um desafio crescente, intensificado por conflitos, mudanças climáticas e crises econômicas. A pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia agravaram a situação, interrompendo cadeias de suprimentos e elevando os preços dos alimentos. Um novo relatório da Comissão Kofi Annan propõe reformas na governança global da segurança alimentar, destacando a necessidade de alinhar esforços com a Agenda 2030.
O relatório, intitulado Reimaginando a Governança Global para a Segurança Alimentar, aponta que a atual governança alimentar é fragmentada e ineficaz. Isso prejudica as respostas locais às crises e dificulta a prestação de contas nas iniciativas de segurança alimentar. Para enfrentar esses desafios, a Comissão sugere quatro mudanças fundamentais.
Recomendações da Comissão
Primeiramente, o relatório pede um maior alinhamento entre as iniciativas de segurança alimentar e a Agenda 2030, especialmente o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 2 (Fome Zero). A proposta inclui a criação de um Grupo de Governança Alimentar, que reuniria organizações como a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o Banco Mundial.
Em segundo lugar, o relatório enfatiza a importância da prevenção em vez de respostas reativas. A proposta é investir na resiliência dos sistemas alimentares, promovendo a paz em áreas de conflito e garantindo cadeias de suprimentos. Um Mecanismo de Proteção da Segurança Alimentar poderia ajudar a proteger populações vulneráveis antes que crises ocorram.
Integração e Inovação
Além disso, o relatório sugere que os alimentos sejam reconhecidos como um bem público global, integrando a segurança alimentar a agendas mais amplas, como a ação climática. Atualmente, menos de quatro por cento do financiamento climático global é destinado à alimentação e agricultura.
Por fim, a inclusão de pequenos produtores e comunidades locais nas decisões é crucial. A Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, lançada durante a presidência brasileira do G20, busca fortalecer a governança global. A Aliança propõe uma "cesta de políticas" com experiências bem-sucedidas e um chamado para sinergias com iniciativas anteriores.
O relatório da Comissão Kofi Annan apresenta um plano valioso para fortalecer a governança alimentar global. A liderança do presidente Lula na luta contra a fome pode ser fundamental para mobilizar esforços em prol do Fome Zero.
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