Gigantes das energias renováveis afirmam que a eletrificação é 'absolutamente imbatível'

Os gigantes da energia renovável demonstram otimismo em relação às políticas anti-eólicas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que a transição de combustíveis fósseis para produtos eletricamente alimentados é "absolutamente imbatível". Em uma ordem executiva, Trump suspendeu temporariamente novos ou renovados contratos para projetos de energia eólica, tanto onshore quanto offshore, e paralisou o leasing de projetos na plataforma continental. O presidente criticou os aerogeradores, chamando-os de "grandes e feios", e os considerou um "desastre" econômico e ambiental.

Joe Kaeser, presidente do conselho de supervisão da Siemens Energy, minimizou o impacto das políticas de Trump, considerando-as um "leve benefício" para a empresa. Kaeser destacou que cerca de 80% do mercado de energia eólica da Siemens está na Europa, o que, segundo ele, não deve afetar significativamente a empresa. Ele também mencionou o potencial de crescimento no mercado de eletrificação, citando a demanda crescente por centros de dados e inteligência artificial.

Ignacio Galán, presidente executivo da Iberdrola, também se mostrou otimista, afirmando que a transição para a eletrificação é "absolutamente imbatível". Galán destacou a alta demanda global por centros de dados e veículos de baixa emissão, que exigem mais eletricidade. Ele acredita que a regulamentação estatal nos Estados Unidos não será afetada pelas políticas de Trump, o que permitirá à Iberdrola continuar investindo no país.

Por outro lado, ações de empresas de energia eólica europeias, como a dinamarquesa Orsted, caíram após as declarações de Trump. Artem Abramov, da Rystad Energy, afirmou que a agenda energética de Trump praticamente elimina a possibilidade de novos desenvolvimentos offshore nos EUA, pelo menos por enquanto. Atualmente, existem cerca de 2,4 gigawatts (GW) de projetos de energia eólica offshore em fase avançada, que não devem ser impactados pela ordem, mas os 25 GW de projetos em estágio inicial provavelmente não avançarão sob a administração atual.