Governo britânico promete foco em crescimento econômico em meio a advertências de lucros

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e a ministra das Finanças, Rachel Reeves, se reuniram com líderes empresariais em Londres, enfatizando a necessidade de focar no crescimento econômico em todas as decisões do governo. Starmer destacou que a “missão de crescimento” é central para as políticas, mencionando planos para liberar excedentes de pensões corporativas que somam mais de 100 bilhões de libras (aproximadamente 124 bilhões de dólares) para reinvestimento. Reeves deve apresentar um discurso importante que delineará estratégias para impulsionar a economia britânica, especialmente após o aumento dos custos globais de empréstimos.

Dados recentes revelam que um em cada cinco das empresas listadas no Reino Unido emitiu avisos de lucro em 2024, o maior percentual desde o auge da pandemia de Covid-19 em 2020. O relatório da EY-Parthenon indicou que 274 avisos foram emitidos no ano, com 34% relacionados a atrasos ou cancelamentos de contratos. Setores como varejo e bens pessoais foram os mais afetados, com 38% dos varejistas cortando suas previsões de lucro. A pressão sobre os lucros corporativos tem levado a um clima de incerteza, com muitos empresários considerando processos de insolvência.

A Confederação da Indústria Britânica (CBI) previu uma nova queda significativa na produção nos próximos meses, o que pode resultar em mais aumentos de preços e cortes de contratações. A pesquisa da CBI revelou que o setor privado espera que a atividade continue fraca, refletindo um sentimento cauteloso entre os empresários. Além disso, a iminente elevação de impostos de 40 bilhões de libras (cerca de 50 bilhões de dólares) proposta por Reeves tem gerado preocupações sobre o impacto nas contratações e investimentos.

Analistas apontam que a pressão sobre as margens de lucro, devido à inflação e ao aumento das contribuições do Seguro Nacional, está afetando as empresas britânicas. Marc Ostwald, economista-chefe da ADM Investor Services, afirmou que o governo precisa agir rapidamente para melhorar a confiança empresarial. A falta de otimismo entre os líderes empresariais é evidente, com muitos prevendo cortes de pessoal e uma perspectiva econômica desafiadora para 2025.