Queda nas vendas de champanhe reflete instabilidade econômica e política global

As vendas de Champanhe enfrentaram uma queda significativa em 2024, refletindo a instabilidade econômica e política na França e no cenário global. No mercado doméstico, a retração foi de 7,2%, totalizando 118,2 milhões de garrafas, o menor volume desde 1985. As exportações também apresentaram desempenho negativo, recuando 10,8%, para 153,2 milhões de garrafas, o nível mais baixo desde 2002.

Maxime Toubart, em entrevista à Decanter, destacou que o consumo de Champanhe está ligado ao humor do consumidor, e a atual conjuntura econômica e geopolítica não favorece um ambiente de celebração. A inflação, os conflitos internacionais e a incerteza em mercados-chave, como França e Estados Unidos, impactaram diretamente a demanda por esses produtos.

A crise política na França, com a dissolução da Assembleia Nacional pelo presidente Emmanuel Macron, também contribuiu para o pessimismo. Nos Estados Unidos, a presidência de Donald Trump pode aumentar a pressão sobre produtos franceses. O índice CAC 40, que lista as 40 maiores empresas francesas, caiu 3% em 2024, enquanto os principais índices americano e alemão subiram 23% e 18,7%, respectivamente.

Globalmente, o consumo de vinho atingiu o menor nível em 27 anos, segundo a Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), que atribui a queda à inflação e à mudança de hábitos, com menos consumidores ingerindo bebidas alcoólicas por razões de saúde. Diante desse cenário, produtores de Champanhe buscam alternativas para preservar a sustentabilidade do setor e conquistar novos mercados.