05 de fev 2025
Trump impõe tarifas e gera incertezas sobre a substituição do imposto de renda nos EUA
A China anunciou tarifas de 10% a 15% sobre produtos dos EUA, incluindo carvão. Donald Trump suspendeu tarifas sobre Canadá e México, enquanto negociações prosseguem. Especialistas criticam a ideia de substituir o imposto de renda por tarifas, afirmando que é inviável. A retórica agressiva de Trump pode intensificar a competição entre EUA e China. A guerra comercial pode impactar globalmente, afetando economias e aumentando a inflação.
Um caminhão passa por contêineres de carga no Porto da Filadélfia, na Filadélfia, Pensilvânia, EUA, na quarta-feira, 6 de novembro de 2024. (Foto: Bloomberg/Getty Images)
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Com o início da imposição de tarifas sobre produtos importados, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levanta questionamentos sobre a viabilidade de substituir o imposto de renda federal por uma política de tarifas. Durante sua campanha, Trump sugeriu que uma política de tarifas poderia eliminar o imposto de renda, mas especialistas, como Alex Durante, economista sênior da Tax Foundation, consideram essa proposta irrealista. Segundo Durante, "não se pode ter gastos do governo do século XXI com um sistema tributário do século XIX", uma vez que as tarifas têm representado apenas uma fração da receita federal nos últimos 70 anos.
Em 2023, o governo dos EUA gastou 22,7% do PIB, enquanto as tarifas contribuíram com apenas 1,57% da receita federal total. Durante o ano fiscal de 2024, a U.S. Customs and Border Protection arrecadou R$ 77 bilhões em tarifas, um valor que não se compara ao que seria necessário para substituir a arrecadação do imposto de renda, que totalizou cerca de R$ 2,2 trilhões em 2021. Especialistas alertam que, para substituir essa receita, as tarifas teriam que ser "astronomicamente altas", o que poderia levar a uma diminuição na base de importação.
A situação se complica ainda mais com a resposta da China, que anunciou tarifas retaliatórias de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito, além de 10% sobre petróleo bruto e outros produtos. Essas tarifas, que entrarão em vigor em 10 de fevereiro, indicam um potencial aumento nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Apesar das retaliações, há indícios de que a China está aberta a negociações, o que pode ser crucial para evitar uma guerra comercial em larga escala.
A estratégia de Trump de usar tarifas como uma ferramenta de barganha é vista como uma forma de pressionar parceiros comerciais, mas especialistas como Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil, acreditam que essa abordagem pode ter consequências negativas, tanto para os EUA quanto para os países afetados. Barbosa afirma que "não vejo ninguém que até agora esteja ganhando com isso", e que a retórica agressiva de Trump pode prejudicar o comércio global, criando um cenário de incerteza econômica.
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