Tensões entre EUA e China aumentam com tarifaço e avanço da inteligência artificial

A economia da China enfrenta um cenário desafiador, com a recente imposição de tarifas de 10% pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, que acendeu um alerta sobre as perspectivas de crescimento. O Morgan Stanley revisou suas projeções de crescimento do PIB nominal para menos de 4% a partir do segundo trimestre, citando o tarifaço de Donald Trump como uma das principais causas. As tensões entre as duas potências aumentaram, especialmente em meio a negociações sobre a fentanila, um opioide responsável por 68% das overdoses nos EUA em 2022.

Em resposta às tarifas americanas, a China impôs tarifas adicionais sobre importações dos EUA, incluindo um aumento de 10% sobre produtos como gás natural liquefeito e carvão. Além disso, a China iniciou uma investigação antimonopólio contra o Google e anunciou sanções a empresas americanas. As novas tarifas chinesas entrarão em vigor em 10 de fevereiro, permitindo espaço para negociações. Enquanto isso, o mercado chinês também recebeu notícias positivas com o surgimento de inovações tecnológicas, como o DeepSeek, que rivaliza com gigantes como a Nvidia, resultando em uma queda de 17% nas ações da empresa americana.

O DeepSeek, uma startup de inteligência artificial, demonstrou ser competitivo a um custo significativamente menor, gerando incertezas sobre os investimentos em IA. Analistas acreditam que a commoditização de Modelos de Linguagem de Grande Escala (LLMs) pode impulsionar a eficiência em vez de depender de grandes empresas de infraestrutura. O feriado do Ano-Novo Chinês trouxe um aumento na demanda por turismo interno, com receitas diárias superando em 15% os níveis de 2019, o que é visto como um sinal positivo para a recuperação econômica.

Entretanto, a desaceleração da economia chinesa é evidente, com vendas de imóveis em queda e setores como duty-free apresentando desempenho abaixo do esperado. A possibilidade de novas tarifas dos EUA, conforme anunciado por Trump, pode agravar ainda mais a situação. O presidente americano busca um "acordo justo" e utiliza a ameaça de tarifas como uma tática de negociação, enquanto a tensão política global dificulta uma resolução rápida para a guerra comercial entre as duas nações.