Inflação da Índia recua para 4,31% em janeiro, abrindo caminho para novos cortes de juros

A inflação na Índia registrou uma queda anual pelo terceiro mês consecutivo, atingindo 4,31%, o que abre espaço para um possível afrouxamento monetário. Este dado de janeiro é o mais baixo desde agosto de 2024 e ficou abaixo da expectativa de 4,6% prevista por economistas consultados pela Reuters. A redução da inflação pode facilitar um novo corte nas taxas de juros pelo Banco da Reserva da Índia (RBI), que já havia reduzido a taxa de recompra para 6,25%, de 6,5%, na última sexta-feira, visando estimular uma economia em desaceleração.

O RBI enfrenta um dilema: enquanto busca impulsionar o crescimento da terceira maior economia da Ásia, cortes nas taxas podem desvalorizar a rupia, que atingiu uma mínima histórica recentemente, pressionada por um dólar mais forte. Contudo, a moeda indiana se valorizou nos últimos dois dias, supostamente devido a intervenções do banco central. O governador do RBI, Sanjay Malhotra, afirmou que a decisão de reduzir as taxas foi motivada pela queda da inflação, que deve continuar a moderar-se em 2025 e 2026, em direção à meta de 4% do banco.

As projeções de crescimento para o ano fiscal que termina em março de 2025 foram revisadas para 6,4%, significativamente abaixo dos 8,2% do ano anterior. O RBI também ajustou sua previsão de crescimento para o ano fiscal atual, agora alinhada com a estimativa do governo, que também é de 6,4%, em comparação com a previsão anterior de 6,6%. O banco central destacou que "essas dinâmicas de crescimento e inflação abrem espaço para o comitê de política monetária apoiar o crescimento, mantendo o foco na adequação da inflação à meta".