24 de fev 2025
Setor de luxo europeu apresenta sinais de recuperação, mas desafios da China e tarifas ameaçam crescimento
O setor de luxo europeu começa a se recuperar após dificuldades em 2024. Hermes reportou vendas recordes no quarto trimestre, superando expectativas. Incertezas persistem com a recuperação do consumo na China e tarifas dos EUA. Marcas de alta qualidade devem se destacar em meio a desafios do setor. A percepção de valor das marcas está mudando, exigindo inovação e justificativas.
"Uma loja de produtos de luxo da Gucci no shopping Galleria Vittorio Emanuele em Milão, Itália. (Foto: Bloomberg/Getty Images)"
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O setor de luxo na Europa apresenta sinais de recuperação após uma temporada de resultados financeiros positivos, embora a fraqueza contínua na China e a possibilidade de tarifas dos EUA possam impactar as marcas. Simone Ragazzi, analista da Algebris Investments, afirmou que "2024 tem sido um dos piores anos para o setor", mas prevê uma normalização até 2025, especialmente na segunda metade do ano. Marcas como Hermès reportaram vendas excepcionais no quarto trimestre, contribuindo para um panorama otimista, enquanto LVMH e Kering também superaram as expectativas.
Apesar dos resultados encorajadores, a recuperação do consumo na China, um mercado crucial, permanece incerta. L'Oreal e Gucci, por exemplo, relataram vendas em declínio na China, refletindo uma preocupação com a demanda. Além disso, a possibilidade de tarifas sob a administração de Donald Trump e a incerteza macroeconômica foram temas recorrentes nas chamadas de resultados. Zuzanna Pusz, da UBS, destacou que, caso tarifas adicionais sejam impostas, as empresas podem repassar esses custos aos consumidores, o que já foi sinalizado por Kering e Hermès.
A singularidade do setor de luxo europeu reside na dificuldade de replicar suas operações em mercados como os EUA, o que pode isentar algumas marcas das tarifas mais severas. No entanto, qualquer impacto negativo na economia chinesa poderia afetar o setor, aumentando a seletividade dos consumidores. Carole Madjo, da Barclays, observou que marcas que não inovam e mantêm preços altos podem ser penalizadas, enquanto os consumidores tendem a comprar menos, mas com mais qualidade.
Analistas concordam que marcas de alta qualidade e aquelas voltadas para consumidores de maior poder aquisitivo devem se destacar a curto prazo. Luca Solca, da Bernstein, mencionou que "nomes de qualidade podem brilhar mais em meio aos desafios idiossincráticos da indústria", citando marcas como Richemont e Hermès como exemplos de força contínua. A discussão sobre o que significa luxo atualmente está em pauta, com a percepção de que o valor histórico das marcas pode estar se dissipando.
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