Ações europeias disparam com otimismo sobre tarifas e investimentos em defesa na Alemanha

As ações europeias apresentaram alta nesta quarta-feira, impulsionadas pela expectativa de que os Estados Unidos possam relaxar tarifas sobre Canadá e México. O índice FTSE 100 do Reino Unido deve abrir com um ganho de 56 pontos, enquanto o DAX da Alemanha pode subir 416 pontos. A introdução de novas tarifas pelos EUA gerou preocupações sobre a inflação e uma possível guerra comercial, resultando em quedas nas bolsas de Wall Street nos últimos dias. Contudo, os futuros das ações americanas subiram após declarações do secretário de Comércio, que indicou que o presidente Donald Trump pode anunciar acordos de compromisso.

Na Alemanha, a decisão de liberar bilhões de euros para defesa e infraestrutura gerou otimismo, elevando o euro em 0,70% e impulsionando o índice Stoxx 600 em 1,6%. A mudança nas regras fiscais, que permite mais gastos públicos, é vista como um potencial divisor de águas para a economia europeia. Daniel Murray, CEO da EFG Asset Management, afirmou que isso pode trazer benefícios de longo prazo. O aumento dos gastos públicos também levanta preocupações sobre a inflação, o que pode exigir uma política monetária mais rígida do Banco Central Europeu.

Nos Estados Unidos, o clima de incerteza continua, com o S&P 500 caindo quase 2% após Trump reafirmar sua política de tarifas. A queda nas ações de grandes empresas de tecnologia e dados econômicos fracos contribuíram para a volatilidade do mercado. O índice VIX, que mede a volatilidade, atingiu seu maior nível desde dezembro. Especialistas alertam que a recuperação do mercado pode ser temporária, dependendo da evolução da economia e das políticas tarifárias.

Por fim, traders estão apostando em uma valorização do euro, que pode chegar a US$ 1,20 nos próximos meses, um nível não visto desde 2021. A expectativa de aumento nos gastos alemães e a pressão das tarifas comerciais dos EUA estão impulsionando essa tendência. No entanto, alguns analistas permanecem céticos quanto à sustentabilidade dessa alta, prevendo que o dólar americano ainda pode se fortalecer.