13 de mar 2025
Efeito Trump impacta América Latina: moedas desvalorizadas e inflação em alta
A volta de Donald Trump à presidência impacta a economia da América Latina. O Banco de Espanha prevê depreciação das moedas e queda nas remessas em 2025. PIB do México pode contrair 3,1% devido a tarifas comerciais dos EUA. A inflação na região pode aumentar, especialmente em resposta a tarifas. Remessas, fundamentais para economias como El Salvador, devem cair drasticamente.
"Um operador na Bolsa de Valores de Nova York, EUA, em 11 de março de 2025. (Foto: JUSTIN LANE/EFE)"
Ouvir a notícia:
Efeito Trump impacta América Latina: moedas desvalorizadas e inflação em alta
Ouvir a notícia
Efeito Trump impacta América Latina: moedas desvalorizadas e inflação em alta - Efeito Trump impacta América Latina: moedas desvalorizadas e inflação em alta
Desde a volta de Donald Trump à Casa Branca em janeiro, a América Latina enfrenta um cenário econômico desafiador. A região, que depende fortemente do comércio, investimento e remessas dos Estados Unidos, vê sua estabilidade ameaçada por um dólar forte, políticas protecionistas e normas migratórias mais rígidas. O Banco de Espanha, em seu último relatório, alerta que isso resultará em moedas devaluadas, queda nas remessas, pressões inflacionárias e desaceleração do crescimento.
A depreciação das moedas latino-americanas já é visível, com a maioria das divisas se desvalorizando na segunda metade de 2024, devido a riscos internos e incertezas políticas. O relatório destaca que um endurecimento da política monetária dos EUA pode impactar negativamente o crédito na América Latina, especialmente em países como Argentina e Colômbia, que têm carteiras mais dolarizadas. Além disso, a imposição de tarifas, como os 25% sobre aço e alumínio, pode reduzir as exportações, afetando diretamente o México, que destina 83% de suas vendas externas aos EUA.
As projeções indicam que, se as tarifas se mantiverem, o PIB mexicano pode contrair 3,1% em três anos, com uma inflação que pode aumentar em 2,6 pontos no primeiro ano. O relatório também menciona que a redução das remessas, que em 2024 totalizaram mais de 63 bilhões de dólares para o México, pode ser permanente, impactando negativamente economias que dependem fortemente desse fluxo, como El Salvador e Honduras.
O crescimento regional é desigual, com México e Colômbia enfrentando desaceleração significativa, enquanto economias mais diversificadas, como Chile e Peru, podem manter crescimento moderado. O Brasil, por sua vez, enfrenta o desafio de equilibrar o controle da inflação com a atração de investimentos estrangeiros. A situação fiscal se torna crítica, com governos gastando mais do que arrecadam, o que levanta preocupações sobre a sustentabilidade das finanças públicas na região.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.