Tarifas de Trump afetam indústria automotiva global e elevam preços de veículos importados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a implementação de uma tarifa de 25% sobre carros importados, que entrará em vigor em 2 de abril. A medida gerou reações imediatas da União Europeia e do Canadá, com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmando que a tarifa é "ruim para as empresas, pior para os consumidores". Trump, por sua vez, ameaçou impor tarifas ainda mais altas em resposta a qualquer retaliação.

As montadoras já sentem os efeitos da decisão, com ações de empresas como General Motors e Ford caindo significativamente. A General Motors viu suas ações despencarem 6,2%, enquanto a Ford caiu 4,7%. A situação se estende a montadoras internacionais, como a Toyota, que teve uma queda de 3,7% em Tóquio. Trump justifica a medida como uma forma de fortalecer a indústria automotiva americana, embora atualmente nenhum carro seja totalmente produzido nos EUA.

A nova tarifa pode impactar severamente as montadoras europeias, especialmente a Porsche e a Mercedes-Benz, que podem enfrentar perdas de até US$ 3,7 bilhões. Essas empresas dependem fortemente do mercado americano, onde vendem modelos de alto lucro. A Volkswagen, que também é afetada, não possui fábricas nos EUA para suas marcas de luxo, aumentando sua vulnerabilidade. A Ferrari anunciou que aumentará os preços de alguns modelos em até 10% para compensar os custos adicionais.

A indústria automotiva global está em alerta, com estimativas indicando que as novas tarifas podem custar até US$ 110 bilhões às montadoras. A associação da indústria automotiva alemã, VDA, criticou a decisão de Trump como um "sinal fatal para o comércio livre". A escalada da guerra comercial pode desestabilizar ainda mais um setor já pressionado por custos crescentes e demanda fraca, afetando não apenas montadoras, mas também fornecedores de peças.