17 de abr 2025
Guerra comercial gera incertezas e riscos financeiros, alerta diretora do FMI
A diretora do FMI, Kristalina Georgieva, alerta sobre a queda nas previsões de crescimento global e a urgência de acordos comerciais para evitar tensões.
A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, nesta quinta-feira na sede do FMI em Washington (Estados Unidos). (Foto: Leah Millis/REUTERS)
Ouvir a notícia:
Guerra comercial gera incertezas e riscos financeiros, alerta diretora do FMI
Ouvir a notícia
Guerra comercial gera incertezas e riscos financeiros, alerta diretora do FMI - Guerra comercial gera incertezas e riscos financeiros, alerta diretora do FMI
FMI revisa previsão de crescimento global em meio à guerra comercial
A diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, anunciou que as previsões de crescimento econômico global serão revisadas para baixo, devido à guerra comercial iniciada por Donald Trump. Apesar da queda, o FMI não prevê uma recessão global. A declaração foi feita antes das reuniões do organismo, que ocorrerão na próxima semana.
Georgieva destacou a necessidade urgente de acordos comerciais para mitigar as tensões e reduzir a incerteza nas políticas comerciais, que atingiu níveis sem precedentes. A instabilidade afeta os mercados financeiros e eleva o risco de tensões, como observado no mercado de câmbio e nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
A diretora do FMI ressaltou que a guerra comercial é resultado de uma erosão da confiança no sistema internacional e entre os países. Ela enfatizou que a integração econômica global trouxe benefícios, mas não para todos, gerando insatisfação em comunidades afetadas pela deslocalização de empregos e pela pressão sobre os salários.
A autossuficiência volta a ser prioridade, com a segurança nacional ganhando importância na lógica de produção de bens estratégicos. Georgieva alertou que a indústria está recebendo mais atenção do que o setor de serviços, e que os interesses nacionais estão se sobrepondo às preocupações globais.
As consequências da guerra comercial são significativas, com o aumento das tarifas e a resposta de outros países. Países menores são particularmente vulneráveis, dependendo mais do comércio para o crescimento. Economias emergentes e países de baixa renda também enfrentam desafios, como a redução dos fluxos de ajuda.
Georgieva enfatizou que a incerteza é custosa, afetando a complexidade das cadeias de suprimentos e dificultando o planejamento das empresas. Além disso, o aumento das barreiras comerciais afeta o crescimento de forma imediata, aumentando os custos e reduzindo a atividade econômica. O protecionismo, a longo prazo, erosiona a produtividade e a competitividade.
Diante desse cenário, o FMI recomenda que os países fortaleçam a estabilidade econômica e financeira, melhorem o potencial de crescimento e sanem as contas públicas. A diretora também pediu aos bancos centrais que monitorem as expectativas de inflação.
Para a China, o FMI sugere impulsionar o consumo privado e migrar da indústria para o setor de serviços. À União Europeia, recomenda a conclusão da união bancária e de mercados de capitais, além da redução de restrições ao comércio interno de serviços. Para os Estados Unidos, a prioridade é colocar a dívida pública em uma trajetória descendente, com reformas no orçamento federal.
Georgieva concluiu que, apesar dos desafios, existem oportunidades para construir uma economia global mais equilibrada e resiliente, com cooperação entre os países.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.