17 de abr 2025
Investidores buscam diversificação internacional em meio a incertezas do mercado dos EUA
Investidores estão reconsiderando suas carteiras, buscando ações internacionais em meio à volatilidade do mercado dos EUA e tensões comerciais.
Um trader trabalha no pregão da Bolsa de Valores de Nova York na abertura do mercado em Nova York, em 17 de abril de 2025. (Foto: Timothy A. Clary | AFP | Getty Images)
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Investidores buscam alternativas fora dos EUA em meio a tensões comerciais
A crescente volatilidade do mercado americano, impulsionada por tensões comerciais e tarifas impostas pelo ex-presidente Donald Trump, tem levado investidores a reconsiderar a alocação de seus recursos, buscando ações internacionais com melhor desempenho em 2025. O S&P 500 registrou queda de mais de 6% desde o anúncio inicial do plano tarifário de Trump.
Desempenho contrastante entre mercados
Analistas da J.P. Morgan Private Bank apontam que, embora o mercado americano tenha superado o resto do mundo nos últimos anos, com um retorno médio anual de 11,9% entre 2008 e 2024, a situação se inverteu este ano. O índice MSCI EAFE, que acompanha ações de mercados desenvolvidos fora dos EUA e Canadá, subiu 3,6% no mesmo período.
Diversificação como estratégia prudente
Especialistas como Christine Benz, da Morningstar, e Jacob Manoukian, da J.P. Morgan Private Bank, defendem a diversificação global como uma estratégia prudente diante do cenário atual. “O caso para a diversificação internacional é ainda maior, dados os desenvolvimentos recentes”, afirmou Benz.
Dúvidas sobre a excepcionalidade do mercado americano
Apesar das recomendações, alguns especialistas alertam contra a venda imediata de ações americanas. Paul Christopher, da Wells Fargo Investment Institute, ressalta que os EUA ainda representam um mercado de qualidade e com preços atrativos. Contudo, analistas da Capital Economics questionam se os ativos americanos continuam tão atraentes para investidores estrangeiros e se a “excepcionalidade” do mercado americano está chegando ao fim.
Impacto nas moedas e títulos
A queda nos mercados americanos também gerou dúvidas sobre a atratividade da dívida americana e enfraqueceu o dólar, que se aproximou de sua mínima em um ano. A combinação de quedas nos mercados de ações, títulos e no dólar é considerada incomum por analistas.
Tarifas e incerteza econômica
A ex-secretária do Tesouro Janet Yellen alertou que as tarifas de Trump dificultam a confiança dos americanos no sistema financeiro, criando um ambiente de incerteza que paralisa o planejamento de empresas e famílias. A política tarifária da administração Trump e a escalada da guerra comercial com a China têm gerado preocupações sobre o crescimento da economia americana.
Ciclos de desempenho e alocação de ativos
Históricamente, o desempenho de ações americanas e internacionais segue ciclos, com cada um mostrando períodos de força e fraqueza. De acordo com a Hartford Funds, os EUA superaram o desempenho internacional por cerca de oito anos em média desde 1975. Atualmente, o ciclo de superação dos EUA já dura 13,8 anos, sugerindo que as ações internacionais podem estar prestes a retomar a liderança.
Recomendações para investidores
Especialistas recomendam que investidores considerem uma alocação global, como a oferecida pelo fundo Vanguard Total World Stock Index Fund ETF (VT), que possui 63% em ações americanas e 37% em ações internacionais. A rebalanceamento de portfólio também é recomendado para aproveitar a oportunidade de comprar ações a preços mais baixos.
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