20 de abr 2025
A guerra comercial global impulsiona ações asiáticas de consumo básico em busca de segurança financeira
A guerra comercial entre EUA e China impulsiona ações de consumo básico na Ásia, com investidores buscando segurança em meio à volatilidade. O MSCI Asia Pacific Consumer Staples Index subiu 5% desde 2 de abril, destacando se entre os setores, após recomendações de bancos como Goldman Sachs e Morgan Stanley. A Fidelity International também aumentou suas participações em ações chinesas, prevendo benefícios do estímulo governamental. As ações de supermercados, como Yonghui Superstores e Kobe Bussan, tiveram alta significativa, refletindo uma mudança na mentalidade dos investidores, que agora priorizam a demanda doméstica em vez do crescimento global. A expectativa de estímulos fiscais na China e na Coreia do Sul, além de uma previsão de monção favorável na Índia, reforçam essa tendência. Os produtos básicos de consumo mostram resiliência em tempos de crise, enquanto ações discricionárias enfrentam dificuldades. Analistas acreditam que o setor de consumo básico pode oferecer crescimento superior nos próximos meses, especialmente se os bancos centrais reduzirem as taxas de juros. Contudo, um aumento da inflação pode representar um risco para o setor.
Investidores buscam proteção em papéis ligados às economias domésticas como forma de proteção contra as tarifas (Foto: Kiyoshi Ota/Bloomberg)
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Ações asiáticas de consumo se destacam em meio à guerra comercial
A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos e China tem impulsionado o desempenho de ações asiáticas do setor de consumo básico. Investidores buscam ativos mais seguros, com foco em empresas que atendem às necessidades essenciais da população local.
Desde o dia 2 de abril, o MSCI Asia Pacific Consumer Staples Index registrou alta de 5%, superando a queda de 2,5% do índice de referência mais amplo. A recomendação de bancos como Goldman Sachs e Morgan Stanley para investir em produtos básicos de consumo asiáticos tem sido um fator chave.
A Fidelity International também adotou uma estratégia semelhante, aumentando sua participação em ações chinesas de bens de consumo, apostando no estímulo do governo chinês. Entre os destaques, ações de redes de supermercados na China e no Japão subiram pelo menos 19% cada.
Mudança de cenário no mercado
Essa valorização representa uma inversão de tendência para o setor, que havia perdido espaço nos últimos dois anos com o crescimento acelerado das ações de tecnologia. Analistas apontam para um afastamento dos investidores de ações de crescimento, em um cenário de tensões comerciais e risco de desaceleração econômica global.
Charu Chanana, estrategista-chefe de investimentos do Saxo Markets, ressalta que os investidores estão buscando “abrigo na resiliência da demanda doméstica”. A expectativa é que governos asiáticos implementem medidas de estímulo fiscal para impulsionar o consumo.
Estímulos governamentais e perspectivas futuras
A China já anunciou 48 medidas para expandir os gastos das famílias, enquanto a Coreia do Sul aumentou seu plano de orçamento suplementar em US$ 8,4 bilhões. Na Índia, a previsão de uma monção favorável deve impulsionar a demanda no campo.
Especialistas preveem que o setor de consumo básico continue a ser uma aposta segura, com potencial de crescimento de lucros duas vezes maior que o do MSCI Asia Pacific Index nos próximos 12 meses. No entanto, um aumento da inflação pode representar um risco para o setor.
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