Brasil se destaca como aposta promissora em meio a tensões comerciais globais

O Brasil se destaca como uma opção promissora entre os países emergentes, especialmente em meio às tensões comerciais entre Estados Unidos e China. A afirmação é do economista-chefe da XP, Caio Megale, durante o encontro semestral do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Washington.

Megale observou que o clima do evento foi de cautela entre investidores. “O que eu mais ouvi aqui é: é hora de não fazer nada”, afirmou. Ele ressaltou que, mesmo com incertezas, o Brasil é visto como um “vencedor relativo” por conta de tarifas mais baixas e o potencial fortalecimento do agronegócio.

Tarifas e Agronegócio

As tarifas impostas pelo governo Trump ao Brasil foram de apenas 10%, o que surpreendeu, já que as tarifas praticadas são geralmente mais altas. Além disso, Megale destacou que, em caso de uma guerra tarifária entre Estados Unidos e China, a China pode redirecionar suas exportações para o Brasil, beneficiando o agronegócio nacional.

Investidores estrangeiros demonstraram otimismo em relação ao real, considerando-o uma boa aposta em comparação com outras moedas emergentes, como o peso mexicano e a lira turca. Para Megale, o Banco Central brasileiro pode elevar a taxa Selic para 15,5%, já que a inflação está acima da meta.

Expectativas para a Selic

A XP projeta um aumento de meio ponto percentual na Selic para a reunião de maio, levando a taxa para 14,7%. Megale acredita que o Banco Central pode adotar uma postura menos agressiva, mas ainda assim precisa estar preparado para novas elevações, caso necessário. Ele enfatizou que a inflação, embora não chegue a dois dígitos, está rodando no dobro da meta estabelecida.