Economia

Cidades médias da China adotam consumo premium e desafiam desigualdade econômica

Cidades médias da China, como Yongkang, veem crescimento no consumo de bens premium, desafiando desigualdades regionais e estruturais.

Pessoas visitam uma loja de bolsas de luxo em Pequim, na China. (Foto: Adek Berry-17.abr.25/AFP)

Pessoas visitam uma loja de bolsas de luxo em Pequim, na China. (Foto: Adek Berry-17.abr.25/AFP)

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Na cidade de Yongkang, na China, o consumo de bens premium está crescendo, com jovens usando jaquetas da marca Arc’teryx e frequentando cafeterias de grife. Essa transformação reflete uma nova classe média emergente em áreas antes dominadas por fábricas e agricultura.

Desde a implementação da diretriz de "dupla circulação" em 2020, o governo chinês busca reduzir a dependência de mercados externos e estimular o consumo interno. Essa estratégia visa fortalecer a economia nacional frente a sanções e tensões comerciais, além de ser recomendada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

Apesar do aumento no consumo, a participação deste no Produto Interno Bruto (PIB) da China caiu desde os anos 1990. Atualmente, menos de 40% do PIB é oriundo do consumo das famílias, enquanto em países como Índia e Brasil, esse percentual ultrapassa 60%. Fatores como insegurança previdenciária e alto custo da moradia limitam o consumo.

Desigualdade Regional

A distribuição do consumo na China é desigual. Enquanto grandes cidades e centros em ascensão veem um aumento nos gastos, regiões como o nordeste enfrentam estagnação econômica. Embora existam centenas de cidades médias, apenas algumas se conectam à nova economia do consumo.

O crescimento do consumo também gera um paradoxo político. Ao incentivar o consumo, o governo promove valores como individualização e mobilidade, que podem desafiar o modelo centralizador do Partido Comunista. Transformar cidadãos em consumidores implica conceder-lhes maior liberdade de escolha.

A base para uma economia interna robusta ainda é instável. O consumo vigoroso é observado em nichos específicos, como jovens de cidades médias e migrantes que retornam com novos hábitos. A transição para um modelo de consumo sustentável enfrenta desafios significativos, exigindo redistribuição de renda e maior proteção social.

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