Brasil se destaca como fornecedor de carne bovina em meio a tarifas dos EUA

Os hambúrgueres americanos frequentemente contêm carne bovina de diversas origens, incluindo o Brasil, que se destacou como um dos maiores exportadores de carne nos últimos 20 anos. Recentemente, as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elevaram os preços da carne brasileira, enquanto a demanda da China por carne bovina cresce, criando novas oportunidades para o Brasil no mercado global.

As tarifas de 10% sobre a carne bovina brasileira, aplicadas por Trump, estão tornando o produto mais caro nos Estados Unidos. Contudo, a China, em busca de alternativas devido à guerra comercial com os EUA, se tornou um mercado atraente para a carne brasileira. As exportações para a China aumentaram significativamente, resultando em um aumento de 20% nos preços da carne bovina brasileira desde abril.

Luiz Gustavo Oliveira, vice-presidente do Grupo Fribal, afirmou que “o momento nunca foi tão favorável ao Brasil”. O país, com vastas áreas agrícolas e custos de produção mais baixos, se posiciona como o maior exportador mundial de carne bovina, superando os Estados Unidos. A China e os EUA são os principais compradores da carne brasileira, com a demanda crescente por cortes baratos.

Desafios e Oportunidades

Os frigoríficos americanos enfrentam dificuldades com os altos preços e a necessidade de manter a competitividade. Kent Sander, de uma empresa de processamento de carne em Indiana, começou a misturar carne suína, mais barata, aos hambúrgueres para oferecer opções acessíveis. A expectativa é que a demanda por carne bovina mais barata aumente, especialmente em tempos de crise econômica.

A produção de carne bovina no Brasil, embora robusta, pode enfrentar desafios devido a secas e limitações logísticas. Especialistas preveem uma redução de 5% na produção até 2025. Apesar disso, a demanda internacional, especialmente da China, continua a crescer, com as importações de carne bovina do Brasil aumentando de menos de US$ 100 milhões em 2010 para mais de US$ 13 bilhões em 2024.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou a intenção de negociar com ambos os países, mas seu assessor de política externa, Celso Amorim, destacou que a China oferece “mais oportunidades e menos riscos” que os Estados Unidos. Com a China suspendendo as importações de carne bovina dos EUA, o Brasil se posiciona para preencher essa lacuna no mercado global.