Economia

Dólar fraco não alivia dificuldades de financiamento na América Latina, alertam especialistas

Dólar fraco não alivia dificuldades fiscais na América Latina; Brasil e Colômbia enfrentam desafios para acessar mercados de dívida.

A exposição cambial continua sendo um fator crítico: vários países da região têm mais de 40% de sua dívida em moeda estrangeira. (Foto: Andrew Harrer/Bloomberg)

A exposição cambial continua sendo um fator crítico: vários países da região têm mais de 40% de sua dívida em moeda estrangeira. (Foto: Andrew Harrer/Bloomberg)

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O enfraquecimento do dólar tem sido visto como uma oportunidade para países emergentes, pois reduz os custos de dívida em moeda estrangeira. No entanto, a América Latina enfrenta dificuldades para acessar os mercados de dívida, mesmo com a desvalorização da moeda americana. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar, se estabilizou, mas a região ainda não apresenta melhorias nas condições de financiamento.

Os altos déficits fiscais e a incerteza econômica dificultam a situação. Jonathan Fortun, macroeconomista do Institute of International Finance (IIF), destacou que a percepção de risco nos Estados Unidos não resultou em taxas de longo prazo mais baixas ou em uma melhora na liquidez global. O rendimento do Tesouro de dez anos permanece em 4,31%, um nível restritivo para muitos emissores soberanos.

Desafios Fiscais na Região

A América Latina enfrenta uma combinação de vulnerabilidades fiscais que limita a capacidade dos governos. Países como Brasil, Colômbia e México apresentam déficits fiscais altos e perspectivas de ajuste incertas. A Fitch Ratings alertou que a situação é complicada, com a economia desacelerando e a falta de reformas estruturais.

No Brasil, a relação dívida/PIB atingiu 88,7% em fevereiro, um aumento em relação a 84% em dezembro de 2023. A dívida externa do país caiu para US$ 53,91 bilhões, representando apenas 4% da dívida pública federal. Em contrapartida, a dívida interna aumentou 21,1% no mesmo período.

Impacto do Dólar Fraco

Embora um dólar mais fraco possa teoricamente facilitar a emissão de dívida em moeda local, especialistas afirmam que as condições atuais não favorecem estratégias ambiciosas de refinanciamento. Em abril de 2025, não houve emissões soberanas registradas nos mercados emergentes, indicando que a liquidez continua restrita.

Todd Martinez, diretor sênior da Fitch Ratings, afirmou que um dólar mais fraco pode ajudar a reduzir os encargos da dívida, mas o efeito é marginal, especialmente em economias com dívidas em outras moedas. A perspectiva para a região em 2025 depende da evolução das taxas de juros e da confiança dos investidores, com a vulnerabilidade fiscal superando os benefícios de uma desvalorização do dólar.

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