Marco Rubio sugere uso de energia de Itaipu para impulsionar indústria de IA nos EUA

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou que o excedente de energia da hidrelétrica de Itaipu pode ser utilizado para o desenvolvimento de indústrias de inteligência artificial (IA) no Paraguai. A declaração foi feita durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, em 20 de maio de 2025.

Rubio destacou que o Brasil e o Paraguai têm um acordo de longa data sobre a energia gerada pela usina, que expirou em 2023. O Paraguai, que consome apenas uma parte de sua cota de energia, busca alternativas para o excedente. “Se alguém for esperto, vai até o Paraguai e vai instalar uma fábrica de IA lá”, disse Rubio, enfatizando a importância estratégica dessa energia.

O acordo anterior permitia que o Paraguai vendesse sua energia excedente ao Brasil. Em 2024, um novo pré-acordo foi assinado, permitindo que o Paraguai venda diretamente a energia ao mercado brasileiro. No entanto, as negociações foram suspensas após denúncias de espionagem envolvendo autoridades paraguaias. O governo brasileiro negou as acusações, atribuindo a responsabilidade a gestões anteriores.

Oportunidades e Desafios

Rubio ressaltou que a demanda global por energia é crescente e que países com suprimentos energéticos eficientes, como o Paraguai, têm a chance de se tornarem líderes no setor de IA. Ele mencionou que os Estados Unidos devem se envolver em parcerias com nações que possuem energia abundante.

A fala do secretário gerou preocupação no Brasil, especialmente no Ministério da Fazenda, que busca atrair empresas de IA para o país. O ministro Fernando Haddad esteve recentemente nos Estados Unidos promovendo a energia renovável brasileira, mas a possibilidade de o Paraguai vender sua energia para empresas americanas pode impactar essa estratégia.

Com o cenário energético em transformação, as decisões sobre o futuro da energia de Itaipu e as relações entre Brasil e Paraguai permanecem em destaque nas discussões geopolíticas.