Portugal e Brasil trocam experiências sobre transição energética sustentável

A transição energética se tornou uma prioridade global, impulsionada pela urgência climática e pela necessidade de reduzir emissões. Portugal e Brasil, embora em contextos distintos, estão no centro desse movimento. O país europeu tem avançado na descarbonização, fechando centrais a carvão e investindo em energia solar e hidrogênio verde. Já o Brasil, com uma matriz elétrica predominantemente hídrica, enfrenta desafios relacionados à segurança do abastecimento e à justiça climática.

Portugal destaca-se pelo compromisso com a descarbonização, utilizando a estabilidade regulatória e fundos europeus para promover uma matriz energética limpa. O encerramento das centrais a carvão e os leilões de energia solar com preços recorde são exemplos de uma estratégia bem-sucedida. O país também tem atraído investimentos privados e inovado na gestão de redes, avançando em direção a uma economia de baixo carbono.

Desafios do Brasil

O Brasil, por sua vez, possui uma base energética favorável, mas enfrenta desafios significativos. A escassez hídrica pode comprometer a segurança do abastecimento, enquanto as desigualdades regionais no acesso à energia precisam ser abordadas. A transição justa é uma preocupação central, envolvendo comunidades e trabalhadores que dependem de atividades intensivas em carbono.

Ambos os países compartilham a questão da justiça climática, que deve ser considerada na transição energética. O conceito convida a uma transformação econômica e social profunda, questionando quem será incluído nesse novo paradigma e quem poderá se beneficiar das novas cadeias de valor.

Cooperação Luso-Brasileira

O diálogo entre Portugal e Brasil pode ser valioso. Portugal pode aprender com a diversidade territorial brasileira e as soluções descentralizadas, como sistemas fotovoltaicos em comunidades isoladas. O Brasil, por sua vez, pode se beneficiar da experiência portuguesa em criar um enquadramento regulatório claro e mobilizar financiamento climático internacional.

A transição energética exige cooperação e visão estratégica. Em um mundo fragmentado, parcerias históricas como a de Portugal e Brasil podem se tornar um ativo estratégico. A transição não é apenas sobre energia, mas sobre como viver, produzir e consumir de forma sustentável, com decisões que começam localmente e são informadas e humanas.