Economia

América Latina pode liderar inovação sustentável ao valorizar sua biodiversidade

América Latina e Caribe têm na bioinspiracão uma chance de inovação, mas precisam mudar políticas para não serem apenas fornecedores de matérias primas.

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A América Latina e o Caribe enfrentam um dilema entre desenvolvimento econômico e conservação da biodiversidade. A região, rica em recursos naturais, tem uma longa dependência de indústrias extrativas, que impactam tanto a economia quanto o meio ambiente. Recentemente, a bioinspiração foi apresentada como uma oportunidade para a inovação tecnológica, destacando a necessidade de aumentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento.

A bioinspiração utiliza soluções da natureza para criar tecnologias, como aerogeradores e células solares. Apesar de a região ser a mais biodiversa do mundo, essa abordagem ainda é ignorada nas políticas públicas. O desafio é transformar a biodiversidade em um motor de inovação e crescimento, em vez de ser apenas uma fonte de matérias-primas.

A dependência histórica de indústrias extrativas, como petróleo e mineração, deixou a região vulnerável economicamente. O mudança climática e a transição para tecnologias de baixo carbono aumentam esses riscos. A demanda por minerais críticos pode reforçar o papel da região como fornecedora de matérias-primas, em vez de criadora de valor.

A biodiversidade da região, que abriga 50% dos anfíbios e 41% das aves do mundo, deve ser vista como um ativo econômico. No entanto, iniciativas como ecoturismo e pagamentos por serviços ambientais têm mostrado resultados limitados. A bioeconomia, adotada por países como Brasil e Colômbia, muitas vezes resulta em bioextractivismo, que não considera a sustentabilidade.

Oportunidades de Inovação

A verdadeira oportunidade reside na bioinovação. A biodiversidade deve ser utilizada como um laboratório vivo para inovações em setores como medicina e energias renováveis. No entanto, a região investe apenas 0,6% do PIB em pesquisa e desenvolvimento, muito abaixo da média global. Para fechar essa lacuna, seria necessário aumentar o investimento anual em I&D de R$ 35 bilhões para R$ 130 bilhões.

Além do volume de investimento, a qualidade das finanças é crucial. O financiamento deve alinhar-se com transformações de longo prazo, priorizando o desenvolvimento sustentável. Instituições como a CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina) têm um papel importante como investidores catalíticos, promovendo a integração da biodiversidade nas políticas industriais.

Os governos devem colocar a biodiversidade no centro das políticas de inovação e educação. A bioinovação pode posicionar a América Latina e o Caribe como líderes em indústrias do futuro, aproveitando sua riqueza biológica. A mudança de paradigma é urgente e necessária para que a região não apenas conserve, mas também prospere através de sua biodiversidade.

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