EUA enfrentam riscos com proposta de tributação sobre investimentos estrangeiros

Os Estados Unidos estão enfrentando um novo desafio em sua política de investimentos. A proposta de tributação sobre os lucros de investimentos estrangeiros, contida na seção 899 de um projeto de lei, gera preocupações sobre uma possível guerra de capitais. A medida pode afastar investidores que tradicionalmente veem os EUA como um destino seguro e lucrativo.

Historicamente, os EUA se destacaram como o principal destino de investimentos após a crise financeira de dois mil e oito. O país atraiu capital devido a altos retornos, um setor tecnológico dinâmico e um ambiente de negócios favorável. No entanto, a nova proposta de tributação levanta questões sobre a continuidade desse fluxo de investimentos. A seção 899 permite a imposição de impostos sobre lucros de investimentos estrangeiros, especialmente em resposta a países que aplicam “tributações estrangeiras injustas” sobre empresas americanas.

George Saravelos, do Deutsche Bank, alertou que essa legislação pode transformar uma guerra comercial em uma guerra de capitais. A simples ameaça de tal lei já pode desestimular investidores estrangeiros, especialmente em ativos como os títulos do Tesouro americano. A situação é preocupante, pois os governos enfrentam crescentes compromissos financeiros e pressões para aumentar a arrecadação.

Impacto no Excepcionalismo Americano

O conceito de “excepcionalismo americano” pode estar em risco. Historicamente, os investidores acreditavam que os EUA eram o único mercado que realmente importava. Contudo, com a proposta de tributação, muitos podem reconsiderar suas alocações em ativos americanos. O cenário atual, com os mercados americanos apresentando desempenho inferior, torna essa reflexão ainda mais pertinente.

A possibilidade de controles de capital, como os sugeridos na seção 899, pode indicar uma mudança na forma como os EUA lidam com investimentos estrangeiros. Essa mudança pode sinalizar o fim da ideia de que os EUA são um porto seguro para investidores globais. A repatriação de capital, seja por pressão ou incentivo, pode se tornar uma realidade, alterando o panorama econômico do país.