30 de jun 2025

Brics desafiam G7 com crescimento econômico e influência global em ascensão
Os Brics+ ampliam sua influência global, desafiando a hegemonia do G7 com 50% da população e 40% do PIB mundial.

Bloco que represente o Sul Global cresce em peso econômico e desafia antigos centros de poder, ampliando disputa por força internacional (Foto: Paul Yeung/Bloomberg)
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Os Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ampliou sua composição para incluir Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Irã e Indonésia. Essa expansão, anunciada em 2023, representa cerca de 50% da população mundial e 40% do PIB global, desafiando a hegemonia do G7.
A integração dos novos membros fortalece o papel dos Brics como um eixo central do Sul Global, especialmente em um contexto de crescente rivalidade econômica. O analista Manuel Muñiz, da IE University, destaca que essa mudança reflete uma transformação estrutural no equilíbrio econômico mundial. Embora o G7 mantenha uma participação de 40% do PIB global, sua legitimidade está sendo questionada pela crescente representatividade dos países emergentes.
Com a nova configuração, o bloco é agora denominado Brics+. Para o Brasil, que preside o grupo neste ano, a participação no bloco oferece acesso a cooperação em áreas como economia e segurança, além de financiamento pelo Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), liderado pela ex-presidente Dilma Rousseff.
Desafios e Oportunidades
Os Brics controlam 44% da produção de petróleo e 72% das reservas de minerais de terras raras, conferindo-lhes uma vantagem estratégica na diplomacia energética. Em contrapartida, o G7, embora menos dominante na produção, mantém alianças que lhe permitem exercer pressão sobre os mercados.
A heterogeneidade política dos Brics, que inclui democracias e regimes autoritários, apresenta desafios para a coesão do bloco. Juana García-Duque, da Universidade dos Andes, observa que, apesar da crescente influência econômica dos Brics, o G7 ainda se destaca em governança institucional e coesão política, especialmente em crises como a guerra na Ucrânia.
Perspectivas Futuras
As projeções indicam que a participação do G7 no PIB global pode cair para 27,5% até 2029, enquanto os Brics+ devem aumentar sua fatia para 38,3%. Essa mudança acentua a necessidade de uma reforma na ordem institucional internacional, onde os Brics buscam maior legitimidade e influência.
A disputa pelo domínio econômico global entre os Brics e o G7 está se intensificando, com a energia emergindo como uma alavanca crucial na nova ordem multipolar. A crescente capacidade dos Brics de influenciar preços e fornecimento global de recursos energéticos pode redefinir as dinâmicas de poder no cenário internacional.
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