01 de jul 2025

Países ricos devem indenizar nações em desenvolvimento pelos danos ambientais
Michael Greenstone sugere que países desenvolvidos compensem os danos climáticos aos países em desenvolvimento, condicionando a ajuda a impostos sobre carbono.

Michael Greenstone posa na sede da Fundação Ramón Areces, em Madrid. (Foto: Claudio Álvarez)
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Michael Greenstone, catedrático de Economia na Universidade de Chicago, propõe que países desenvolvidos compensem os países em desenvolvimento pelos danos climáticos. A sugestão é que essa compensação esteja atrelada à implementação de impostos sobre carbono, visando uma descarbonização global mais eficaz.
Greenstone destaca que 85% das emissões projetadas para o século XXI virão de fora da União Europeia e dos Estados Unidos. Ele argumenta que os países mais pobres, que enfrentam os maiores danos climáticos, são frequentemente pressionados a redirecionar recursos para reduzir suas emissões, em vez de investir em necessidades básicas como alimentação e água potável.
O especialista sugere um aumento significativo nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento por parte dos países do G-20, para tornar as tecnologias de baixo carbono mais acessíveis. Além disso, ele defende uma mudança nas negociações climáticas internacionais, que atualmente geram mais tensão do que soluções.
Proposta de Compensação
A proposta de Greenstone envolve que os países ricos paguem aos mais vulneráveis pelos danos causados por suas emissões. Essas transferências financeiras seriam condicionadas à implementação de um imposto sobre carbono nos países receptores. Ele acredita que isso funcionaria como um incentivo real para a descarbonização global.
Greenstone também menciona que, se os preços dos combustíveis fósseis refletissem seu verdadeiro custo social, seriam significativamente mais altos. Ele estima que o custo econômico de cada tonelada adicional de CO2 emitida nos Estados Unidos é atualmente de 170 dólares, com a maior parte desse impacto recaindo sobre países fora da OCDE.
Desafios e Oportunidades
O economista ressalta que é crucial que os países desenvolvidos reduzam suas emissões, mas ainda mais importante é criar condições que incentivem as economias emergentes a fazer o mesmo. Ele sugere que os países do G-20 se comprometam a investir mais em tecnologias de baixo carbono e que as negociações climáticas globais sejam reformuladas para serem mais eficazes.
Greenstone acredita que, mesmo com a resistência de líderes como Donald Trump, não é necessário um consenso global para que a proposta funcione. Cada país poderia aderir voluntariamente, e o fundo de compensação seria destinado apenas àqueles que implementassem um imposto sobre carbono.
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