Milei apresenta resultados da motosserra e impacta cenário econômico argentino

Quando Javier Milei assumiu a presidência da Argentina, o cenário era de alta inflação e recessão. Um ano e meio depois, o presidente apresenta resultados que superam as expectativas, com um crescimento do PIB de 5,8% e uma queda da inflação mensal para 1,5%.

Os desafios enfrentados por Milei incluíam um Congresso hostil e a pressão de governadores, mas suas políticas de austeridade e reformas começaram a mostrar resultados. A inflação, que ultrapassava 200% em 2023, caiu drasticamente, aliviando a pressão sobre os consumidores. Segundo Dante Sica, ex-ministro da Produção, a recuperação é impulsionada pelo aumento do consumo e investimentos.

Desafios nas Contas Externas

Apesar dos avanços, as contas externas permanecem problemáticas. O déficit em conta corrente aumentou, passando de um superávit de US$ 5,7 bilhões no primeiro trimestre de 2024 para um déficit de US$ 5,1 bilhões em 2025. As importações cresceram 45%, impactando negativamente a balança comercial, que viu seu superávit cair de US$ 4,4 bilhões para US$ 1,06 bilhão.

As reservas, que estavam em níveis críticos, agora giram em torno de US$ 38 bilhões, em parte devido a um empréstimo de US$ 20 bilhões do FMI. Contudo, a solidez dessas reservas ainda é questionável, considerando o rombo na balança comercial.

Impactos Sociais e Políticos

Críticos apontam que as políticas de Milei podem estar ampliando a pobreza, embora a redução da inflação tenha trazido alívio para os mais pobres. O desemprego, atualmente em 7,9%, apresenta uma leve alta em relação ao ano anterior. As medidas de Milei, embora controversas, parecem estar rendendo frutos políticos, fortalecendo sua posição e a de seus apoiadores.