Economia

Ricos escondem luxo por vergonha enquanto acumulam ainda mais riqueza

Desigualdade de riqueza nos EUA aumenta com novas políticas fiscais, enquanto consumidores evitam ostentar luxo em meio a pressões sociais.

Fachada de loja da Prada (Foto: REUTERS/Kylie Cooper)

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Em meio a um cenário econômico volátil, a desigualdade de riqueza nos Estados Unidos se intensifica, especialmente após a implementação de políticas fiscais que favorecem os mais ricos. Um estudo recente do Escritório do Orçamento do Congresso (CBO) revelou que as novas medidas custarão, em média, US$ 1.600 anuais aos americanos mais pobres, enquanto os lares mais ricos poderão ver um aumento de US$ 12.000 em suas rendas.

Essas políticas incluem o aumento do limite de isenção para impostos sobre heranças e doações para US$ 15 milhões e a elevação do teto de dedução de impostos estaduais e locais (SALT) de US$ 10.000 para US$ 40.000. O economista-chefe do UBS, Paul Donovan, destacou que muitos eleitores ricos não se reconhecem como tal, criando uma lacuna entre percepção e realidade. Ele observa que, mesmo com a desigualdade persistente, as redes sociais distorcem a visão que as pessoas têm de sua própria riqueza.

Vergonha do Luxo

O conceito de "vergonha do luxo" ressurgiu, levando consumidores a evitar ostentar riqueza. Um relatório da Bain revelou que o setor de luxo está encolhendo, especialmente entre os consumidores chineses, que enfrentam um crescimento econômico mais lento e desemprego. Claudia D’Arpizio, autora do relatório, explicou que esse fenômeno começou durante a crise financeira de 2008, quando a ostentação passou a ser vista como algo negativo.

Atualmente, a pressão social para evitar a exibição de riqueza se espalha para o Ocidente. D’Arpizio sugere que as marcas de luxo devem mudar seu foco, enfatizando a cultura e a inovação em vez do elitismo. Essa mudança é impulsionada por um desejo de evitar tensões sociais, especialmente em tempos de crise econômica.

Mudanças no Comportamento de Consumo

Apesar da vergonha de ostentar riqueza, os ricos continuam a acumular ativos. Donovan observa que dois fatores principais moldam o consumo dos abastados: o nacionalismo econômico e o foco no entretenimento. O nacionalismo, visível em iniciativas como "America First", gera hostilidade a marcas estrangeiras, enquanto o entretenimento se reflete em gastos com viagens e experiências que podem ser compartilhadas nas redes sociais.

Essas tendências, embora possam parecer uma resposta à vergonha de ostentar, refletem mudanças nos padrões de consumo. A busca por experiências que possam ser exibidas online continua a impulsionar o mercado, mesmo em meio a um debate crescente sobre a desigualdade de riqueza.

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