ONU afirma que gestão sustentável é um dever global e não uma opção

O Balanço Ético Global (BEG) foi lançado em 17 de junho, em uma iniciativa liderada pelo Brasil e pela ONU, com foco na ética nas práticas sustentáveis. O evento, que antecede a COP30 em Belém, busca incluir vozes marginalizadas em discussões sobre sustentabilidade.

Durante a apresentação em Bonn, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, enfatizou a necessidade de proteger o clima, considerado o maior patrimônio da vida na Terra. O BEG propõe uma "escuta ética planetária", que visa dar voz a povos indígenas, cientistas e artistas, que frequentemente não são considerados nas análises de retorno sobre investimento, mas que enfrentam diretamente os impactos da crise climática.

A ministra destacou que, embora as empresas busquem inovações em carbono zero, a verdadeira inovação necessária é a capacidade de imaginar a vida daqueles que já sofrem com secas, enchentes e insegurança alimentar. Sem essa perspectiva, as metas climáticas se tornam meros exercícios de marketing.

Desafios e Oportunidades

O BEG surge uma década após o Acordo de Paris, em um momento em que os últimos 21 meses foram os mais quentes da história. Adiar decisões sobre sustentabilidade é uma escolha ética que privilegia alguns em detrimento de muitos. Quando investidores questionam o retorno financeiro das práticas sustentáveis, é essencial refletir sobre o custo de perder o contrato social que permite a operação das empresas.

A confiança, um ativo intangível do mercado, depende da percepção de que empresas e governos compartilham riscos e benefícios de maneira justa. O BEG não introduzirá novas métricas de retorno, mas funcionará como um espelho moral, questionando se estamos dispostos a agir em favor dos mais vulneráveis.

Um Chamado à Ação

O lançamento do BEG é um convite para que as empresas reavaliem suas práticas e se coloquem no lugar do outro. A ética, que antes era um campo da filosofia, agora se torna um critério essencial para a sobrevivência no século XXI. O BEG, ao centralizar a ética na COP30, reforça que o desenvolvimento sustentável não é uma aposta futura, mas um compromisso imediato entre todos.