Citi aponta que globalização de empresas brasileiras exige mais serviços especializados

Grandes empresas brasileiras, como Embraer e JBS, estão se internacionalizando, aumentando sua presença no exterior e buscando suporte financeiro para operações cross-border. Em entrevista à Bloomberg Línea, executivos do Citi revelaram que 15% a 20% das receitas provenientes de empresas brasileiras já vêm do exterior, refletindo a crescente globalização dessas multinacionais.

Jason Rekate, co-Head global de Corporate Banking do Citi, destacou que esse movimento é um sinal de uma economia avançada. Ele observou que, em economias mais desenvolvidas, como Japão e países da Europa Ocidental, mais da metade das receitas do banco provém de fora do país de origem. As multinacionais brasileiras estão se expandindo e, com isso, o Citi busca facilitar suas operações internacionais.

Miguel Queen, Head de Corporate Banking do Citi no Brasil, enfatizou que a instituição está presente em mais de 90 países, ajudando empresas como Votorantim, Marfrig e Natura a operar globalmente. O banco, que completará 110 anos de atuação no Brasil em 2025, está focado em atender as necessidades dessas empresas em suas operações cross-border.

Potencial do Brasil em IA

Na segunda parte da entrevista, os executivos discutiram o potencial do Brasil para atrair investimentos em data centers voltados para Inteligência Artificial (IA). Rekate mencionou que o Brasil possui um ambiente energético estável, com quase 100% de sua energia gerada a partir de fontes renováveis, além de uma população jovem e bem-educada no setor de tecnologia.

Ele destacou que o crescimento da IA está criando um ecossistema robusto, demandando infraestrutura significativa. O Brasil se destaca na região por suas vantagens energéticas e pela capacidade de inovação de suas empresas. Queen complementou que o Citi está comprometido em ajudar as multinacionais brasileiras a se estabelecerem no exterior, aproveitando sua experiência de mais de um século no mercado.