Lula busca fortalecer parcerias estratégicas com a Índia sob liderança de Modi

Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, se reuniram em Brasília nesta terça-feira para discutir o fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Índia. O encontro ocorre em um contexto de busca por novos parceiros comerciais, com o comércio bilateral alcançando apenas US$ 12 bilhões em 2024.

Durante a visita, Lula destacou a necessidade de aumentar a colaboração, afirmando que "dois países superlativos como Índia e Brasil não podem permanecer distantes". Apesar de ambos os países integrarem o BRICS, a Índia ainda ocupa uma posição modesta nas relações comerciais do Brasil, ofuscada por parceiros como China e Estados Unidos.

Acordos e Oportunidades

Os líderes assinaram acordos em áreas como transformação digital e defesa, além de explorar oportunidades em biocombustíveis e etanol. Lula mencionou a intenção de diversificar as exportações brasileiras para a Índia, que atualmente se concentram em açúcar e petróleo bruto.

O Brasil também busca expandir um acordo comercial preferencial que a Índia mantém com o Mercosul. A Embraer, terceira maior fabricante de aeronaves do mundo, já estabeleceu uma subsidiária em Nova Déli, visando aumentar sua presença nos setores de defesa e aviação indianos.

Mercado em Expansão

A Índia, com 1,4 bilhão de habitantes, representa um mercado ainda inexplorado para o Brasil. O comércio entre os dois países cresceu 24% nos primeiros cinco meses de 2025 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O Brasil também identificou oportunidades no mercado de gergelim, com exportações crescendo desde a abertura do mercado indiano em 2020.

Além disso, o Brasil está de olho na expansão das exportações de etanol, especialmente agora que a Índia aumenta o teor do produto misturado à gasolina. Apesar das restrições atuais à importação de etanol, acordos bilaterais estão sendo discutidos para facilitar essa troca.

Após o encontro, Lula passará a presidência rotativa do BRICS para Modi, e ambos reafirmaram a meta de se tornarem membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, uma prioridade para a Índia em 2026.