10 de jul 2025
Tarifaço não afeta Petrobras, mas instabilidade de Trump preocupa o mercado
Petrobras avalia impacto das tarifas de Donald Trump e pode redirecionar exportações para minimizar efeitos no mercado internacional.

Adriano Pires: um dos maiores especialistas em óleo e gás do país (Foto: Reprodução)
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As exportações de petróleo e derivados do Brasil para os Estados Unidos representaram 18,8% das vendas totais do país aos americanos em 2022, totalizando US$ 7,6 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Recentemente, o ex-presidente Donald Trump anunciou tarifas adicionais de 50%, mas analistas afirmam que o impacto será mínimo.
Adriano Pires, especialista em energia, destaca que as tarifas não afetarão significativamente a Petrobras, pois apenas 4% do petróleo produzido pela empresa foi destinado ao mercado americano no primeiro trimestre de 2025. O principal destino das exportações da Petrobras é a China, que absorve 36% das vendas externas. A empresa pode redirecionar suas exportações para outros mercados, como a Ásia e a Europa, minimizando os efeitos das tarifas.
Análise do Impacto
O BTG Pactual acredita que as tarifas podem causar ruídos de curto prazo nos fluxos comerciais, mas não representam um risco estrutural à produção brasileira. A Petrobras, em nota, afirmou que está avaliando o impacto das tarifas e que sua estratégia global permite monitorar o mercado internacional.
Pires também observa que as ações da Petrobras são mais influenciadas pelas oscilações do preço do petróleo do que pelas tarifas. A instabilidade provocada pela política comercial de Trump pode resultar em um baixo crescimento econômico e queda nas exportações.
Possíveis Retaliações
Caso o Brasil decida retaliar, isso pode afetar as importações de derivados de petróleo e gás natural dos EUA. O BTG alerta que tarifas retaliatórias poderiam aumentar os custos de importação e reduzir a competitividade local. A Braskem, empresa parceira da Petrobras, poderia se beneficiar no mercado doméstico de resinas plásticas, mas o setor petroquímico enfrenta um déficit comercial com os EUA.
Analistas do Bradesco BBI destacam que a junior oil PRIO tem 13% de suas receitas provenientes do mercado americano, mas não está claro se ficará isenta das tarifas. A possibilidade de redirecionamento das exportações para outros mercados pode ocorrer, embora com preços menos favoráveis. A instabilidade no mercado pode pressionar a inflação no setor de combustíveis, já que o Brasil opera com um déficit de produtos refinados.
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