Dividendos como estratégia: ações que garantem renda em tempos de volatilidade

Após a implementação de tarifas pelo governo dos Estados Unidos, o mercado financeiro enfrentou grandes oscilações, levando o S&P 500 a entrar temporariamente em território de bear market. No entanto, ações de dividendos foram destacadas pela investidora Jenny Harrington como uma alternativa para suavizar a volatilidade. Ela observou que, após três dias de quedas acentuadas, o mercado teve uma recuperação de 3,8% em um único dia.

Harrington, CEO da Gilman Hill Asset Management, enfatiza a importância de criar uma renda estável, mesmo em tempos difíceis. Ela acredita que isso ajuda a evitar que investidores vendam em momentos de crise. A estratégia dela é buscar ações que ofereçam um rendimento de dividendos superior a 3,5% e que tenham uma capitalização de mercado acima de R$ 150 milhões. Para isso, analisa setores, crescimento histórico de lucros e dividendos, além de métricas como o índice preço/lucro.

Entre suas recomendações estão ConAgra, com um rendimento de 5,4%, e Ryman Hospitality Properties, que oferece 5,7%. A primeira é considerada subvalorizada, enquanto a segunda se destaca por ter toda sua receita proveniente dos Estados Unidos. Harrington também menciona Bristol Myers Squibb, com um rendimento de 4,5%, e Kinder Morgan, que, apesar de um múltiplo de preço/lucro de 19, apresenta um crescimento de lucros de 11%. Por fim, Verizon é destacada com um rendimento de 6,4%, sendo que toda sua receita também é gerada nos EUA.

Essas ações são vistas como oportunidades em um cenário de incerteza, especialmente por terem maior resistência a tarifas. Harrington observa que empresas com receitas majoritariamente nos Estados Unidos tendem a ser menos afetadas por políticas tarifárias, o que as torna mais atrativas para investidores em busca de segurança em tempos de volatilidade.