Empresas brasileiras alcançam captação recorde de R$ 152,3 bilhões no primeiro trimestre

As empresas brasileiras registraram um volume recorde de captações no primeiro trimestre de 2023, totalizando R$ 152,3 bilhões, conforme dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Este é o maior montante desde 2012, com predominância de instrumentos de renda fixa.

Dentre as captações, R$ 142,6 bilhões foram obtidos por meio de debêntures e certificados de recebíveis imobiliários (CRIs) e do agronegócio (CRAs). As debêntures sozinhas somaram R$ 103 bilhões, com 45% desse total sendo incentivadas, que oferecem isenção de Imposto de Renda a pessoas físicas. O prazo médio das emissões aumentou para 10,2 anos, comparado a 6,96 anos no mesmo período do ano anterior.

O diretor da Anbima, César Mindof, destacou que o volume de emissões foi mais uniforme em 2023, com R$ 44,3 bilhões em janeiro, R$ 45,9 bilhões em fevereiro e R$ 62,1 bilhões em março. Em 2022, o volume em janeiro foi de apenas R$ 17,8 bilhões, com um aumento significativo nos meses seguintes, impulsionado por mudanças nas regulamentações do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Além disso, as notas comerciais ganharam destaque, com R$ 6,78 bilhões emitidos, um crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. O presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, Guilherme Maranhão, ressaltou que essas notas são flexíveis e acessíveis, contribuindo para o aumento da liquidez no mercado secundário.