02 de mai 2025
Banco de Brasília adquire 58% do Master e expõe fragilidades financeiras da instituição
Banco de Brasília adquire 58% do Master, revelando riscos para 700 mil investidores em CDBs, com proteção limitada do FGC.
Títulos do Master costumavam ser emitidos com prazos mais longos, de mais de cinco anos, sem cláusula de vencimento antecipado (Foto: Banco Master)
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O Banco de Brasília (BRB) adquiriu 58% do Master, revelando fragilidades na instituição. A compra, vista como uma operação de resgate, destaca o volume de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) que o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) teria que honrar em uma possível liquidação do Master, totalizando mais de R$ 50 bilhões, o que representa cerca de metade do fundo de liquidez do FGC.
Atualmente, o Master conta com aproximadamente 700 mil investidores em CDBs, com um volume total superior a R$ 12 bilhões. Contudo, a proteção do FGC se limita a investimentos de até R$ 250 mil, deixando muitos investidores expostos a riscos significativos. O Master não se manifestou sobre a situação até o fechamento desta reportagem.
Os CDBs do Master se tornaram populares entre pessoas físicas devido aos altos rendimentos, que podem chegar a 140% do CDI. O volume de captações via CDBs cresceu de R$ 4 bilhões em 2020 para quase R$ 30 bilhões em 2024. A instituição também promove letras financeiras, que não têm cobertura do FGC, e atraem investimentos de fundos de pensão de Estados e municípios.
Riscos e Fragilidades
A fragilidade do Master é acentuada pelo fato de que a maioria dos títulos emitidos possui prazos longos, superiores a cinco anos, sem cláusula de vencimento antecipado. Isso impede uma corrida bancária típica em situações de crise, pois os investidores precisam buscar compradores no mercado secundário para resgatar seus investimentos antes do vencimento.
A recente aquisição pelo BRB e as discussões sobre a situação do Master levantaram questões sobre a necessidade de ajustes no modelo de captação de recursos por instituições financeiras. O uso da proteção do FGC como estratégia de marketing para atrair investimentos de alto risco está sob análise, visando evitar novas fragilidades no sistema financeiro.
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