14 de jun 2025

Bancos enfrentam queda nos dividendos com aumento do IR sobre JCP
Medida Provisória altera tributação de JCP e CSLL, impactando retorno de dividendos e estratégias de distribuição no setor financeiro.
Foto: Reprodução
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A Medida Provisória (MP) publicada na noite de quarta-feira (11) traz mudanças significativas na tributação de aplicações financeiras no Brasil. O setor financeiro, especialmente as fintechs, será um dos mais impactados, com a elevação da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL) e o aumento do Imposto de Renda sobre Juros sobre Capital Próprio (JCP), que passa de 15% para 20%.
Analistas apontam que essa alteração pode resultar em uma redução de até 7% no retorno com dividendos, alterando a forma como as empresas distribuem proventos. Historicamente, o JCP tem sido uma ferramenta utilizada pelas instituições financeiras para remunerar acionistas, permitindo deduções fiscais que diminuem a carga tributária.
Impactos no Setor Financeiro
As instituições financeiras, que frequentemente utilizam o JCP, podem ver sua rentabilidade afetada. Tales Barros, líder de renda variável da W1 Capital, destaca que, atualmente, mais de 70% da remuneração do setor provém do JCP. Com a nova tributação, as empresas precisarão reavaliar sua estratégia de distribuição de proventos, equilibrando o benefício fiscal e a atratividade para investidores.
Marcos Camilo, CEO da Pulse Capital, observa que, embora a mudança reduza os benefícios do JCP, ainda há um desconto tributário considerável. A nova alíquota de IR impactará diretamente os investidores, que arcarão com a carga tributária maior na distribuição via JCP.
Novas Estratégias de Distribuição
Com a expectativa de que os bancos aumentem a proporção de dividendos tradicionais, a mudança pode elevar a carga tributária sobre as instituições financeiras. Barros estima que, se um banco tem um dividend yield de 7,5% ao ano, a nova tributação pode reduzir esse retorno para entre 6,9% e 7,1%.
Ricardo Schweitzer, sócio-fundador da Garoa Wealth Management, ressalta que as empresas devem focar na geração de caixa e retorno ao acionista, podendo optar por reter menos, recomprar ações ou aumentar o pagamento de dividendos em vez de JCP.
Apesar das mudanças, analistas acreditam que o setor financeiro continuará sendo um porto seguro para investidores. Marcos Praça afirma que, mesmo com o aumento do imposto sobre o JCP, as características resilientes e rentáveis do setor permanecem inalteradas.
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