Economia

Dólar sobe com tensões no Oriente Médio, mas analistas preveem efeito passageiro

Dólar sobe após ataques dos EUA ao Irã, mas analistas alertam para fragilidades que podem limitar sua valorização.

Possível mudança de regime no Irã pode causar maior choque no petróleo desde 1979 (Foto: Reprodução)

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O dólar registrou uma alta de 0,45% nesta segunda-feira, 23, após os ataques militares dos EUA ao Irã. O índice DXY, que avalia o desempenho da moeda americana frente a outras, refletiu essa valorização, especialmente em relação ao euro, libra esterlina e iene. A escalada das tensões no Oriente Médio fez com que investidores buscassem segurança em ativos tradicionais, como o dólar.

Analistas destacam que essa valorização pode ser temporária. Kirstine Kundby-Nielsen, estrategista de câmbio do Danske Bank, afirmou que a situação atual ativa mecanismos clássicos de busca por segurança, com o petróleo em alta e ações em queda. Contudo, fragilidades estruturais da moeda americana, como o elevado déficit fiscal e tensões comerciais com a Europa, podem limitar a força do dólar.

A preocupação com possíveis retaliações do Irã, incluindo o bloqueio do Estreito de Ormuz, onde transita cerca de 20% do petróleo global, também contribui para a valorização do dólar. Halima Croft, da RBC Capital, sugere que o Irã pode adotar estratégias assimétricas para aumentar os custos econômicos das ações dos EUA e de Israel. Por outro lado, Jordan Rochester, do Mizuho, acredita que um bloqueio total é improvável devido a pressões de aliados e ao cuidado dos EUA com a infraestrutura energética da região.

Expectativas Futuras

Apesar da alta recente, os títulos do Tesouro americano, considerados um porto seguro, mostraram reação fraca. Kundby-Nielsen observa que a crescente dívida dos EUA e o risco de novas tarifas afetam a atratividade dos Treasuries. O Bank of America aponta que a posição "vendida" em dólar é uma das mais comuns entre gestores globais, refletindo um ceticismo em relação à força da moeda.

Analistas da Macquarie indicam que, sem a guerra, o dólar estaria em trajetória de queda. Dados econômicos fracos e ameaças tarifárias contra a União Europeia criam um ambiente desafiador para a moeda americana. Com a trégua comercial prestes a expirar em 9 de julho e o governo Trump considerando tarifas de até 50% sobre produtos europeus, o cenário sugere que o dólar pode perder força assim que o efeito de "porto seguro" da guerra se dissipar.

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