25 de jun 2025

Crédito privado em multimercado deve continuar atraindo investidores, afirmam gestores
Emissões de debêntures incentivadas atingem R$ 55,2 bilhões em 2025, enquanto fundos multimercado enfrentam resgates de R$ 79,2 bilhões.

Empréstimo (Foto: crazydiva/Thinkstock)
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O crédito privado continua em alta, mesmo com spreads amassados, e se destaca nas carteiras de investimento. Durante o Anbima Summit, realizado nesta quarta-feira, 26, especialistas debateram a importância dessa classe de ativos para 2025. As emissões de debêntures incentivadas cresceram 64% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 55,2 bilhões entre janeiro e abril de 2025.
Ana Rodela, CIO da Bradesco Asset Management, destacou que o crédito privado se tornou parte essencial de um portfólio diversificado. Ela ressaltou que a relação risco-retorno é atrativa, especialmente em ativos de alta qualidade. "É uma classe que tem se comportado bem e continua sendo relevante, mesmo com a vida das empresas não estando fácil com esse nível de taxa de juros", afirmou.
Mudanças tributárias e decepções com outras classes de ativos também impulsionaram o crescimento do crédito privado. Rodela observou que o crédito era uma parcela subalocada nas carteiras, especialmente em comparação com outros mercados. Em contrapartida, os fundos multimercado enfrentam desafios, com resgates líquidos de R$ 16,2 bilhões em maio e um total de R$ 79,2 bilhões no ano.
Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital, comentou que os fundos multimercado são cíclicos e tendem a se recuperar quando o mercado estiver mais disposto a correr riscos. Ele acredita que, apesar das dificuldades atuais, a migração para ativos de maior risco deve ocorrer gradualmente. Rodela também mencionou que, nos próximos 12 a 18 meses, alocar mais em risco será uma alternativa interessante, mas deve ser feita de acordo com o perfil do investidor.
Os especialistas concordam que o crédito privado continuará a ter um papel central no mercado. Le Grazie enfatizou que os fundos multimercado precisarão incluir crédito em suas operações, dada a relevância dessa classe de ativos no Brasil.
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