26 de jun 2025

Banco Central projeta inflação acima da meta até o final de 2027
Inflação deve permanecer acima da meta até 2027, com Selic a 15% ao ano e riscos de descumprimento da meta ainda presentes.

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em sessão solene na Câmara (Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo)
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As projeções de inflação do Banco Central (BC) indicam que a taxa deve permanecer acima da meta de 3,0% até o final de 2027. O Relatório de Política Monetária, divulgado nesta quinta-feira, aponta que a inflação deve fechar 2025 em 4,9%, com expectativas de 3,6% em 2026 e 3,2% em 2027. O intervalo de tolerância da meta é de 1,5% a 4,5%.
O BC espera que a inflação se mantenha acima do limite superior nos próximos meses, começando a cair a partir do quarto trimestre. A taxa Selic, atualmente em 15% ao ano, foi elevada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) na semana passada. O Copom sinalizou que pode interromper o ciclo de alta na próxima reunião, em julho, para avaliar os impactos das medidas já implementadas.
Projeções e Riscos
As estimativas do BC consideram as projeções da taxa Selic do Boletim Focus, que apontavam 14,75% para o fim de 2025 e 12,50% para 2026. O BC agora mira o final de 2026 para trazer a inflação para a meta, embora esse horizonte possa mudar com o tempo. Para 2026, a probabilidade de a inflação ultrapassar 4,5% caiu de 28% para 26%. Para este ano, o risco também diminuiu, de 70% para 68%.
O BC destaca que a probabilidade de descumprimento da meta não é mais uma preocupação imediata, pois isso ocorre quando a inflação se mantém acima do limite por seis meses consecutivos. Contudo, a inflação já ultrapassou o limite superior do intervalo de tolerância por seis meses até junho, o que pode caracterizar descumprimento da meta.
Cenário Atual
Atualmente, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 5,32% nos últimos doze meses. O BC já sinalizou que a inflação deve romper a meta no primeiro teste do novo regime, considerando os dados de junho. Caso isso se concretize, será necessário justificar o descumprimento em nota no Relatório e em carta ao Ministério da Fazenda.
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