02 de jul 2025


Dólar acumula queda de 12% em 2023 e aponta para novas desvalorizações
Dólar encerra 2024 a R$ 6,18 e cai para R$ 5,42 em abril de 2025, mas incertezas políticas podem impactar a trajetória cambial.

Dólar: moeda americana já se desvalorizou 12% frente ao real neste ano (Foto: Yasuyoshi CHIBA/AFP)
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Duas imagens refletem o comportamento do dólar em 2025. A moeda americana encerrou 2024 cotada a 6,18 reais, permanecendo acima de 6 reais nas primeiras semanas do ano, influenciada pela desconfiança dos investidores nas promessas fiscais do governo Lula. No entanto, em abril, após um repique devido ao tarifaço de Donald Trump, o dólar caiu para 5,42 reais, acumulando uma queda de 12% neste ano.
O último Boletim Focus do Banco Central projeta que o câmbio pode terminar 2025 a 5,70 reais. Embora essa previsão tenha sido reduzida nas últimas semanas, a expectativa é de que o real possa se desvalorizar novamente frente ao dólar. Especialistas apontam três fatores que explicam a recente queda da moeda americana. O primeiro é a taxa Selic elevada, atualmente em 15% ao ano, em contraste com os 4,25% a 4,50% do Federal Reserve. O segundo fator é a flexibilização da política comercial dos EUA, com Trump suspendendo temporariamente as sobretaxas às importações.
A situação fiscal do Brasil também apresenta sinais de melhora no curto prazo, embora preocupações persistam. André Galhardo, economista-chefe da consultoria Análise Econômica, destaca que, apesar do espaço para uma desvalorização do dólar nas próximas semanas, a volatilidade política pode impactar essa trajetória. Ele sugere que, com base nas condições atuais, o dólar poderia chegar a 5,30 reais, mas alerta para riscos geopolíticos e a incerteza sobre o tarifaço.
Rafael Cardoso, economista-chefe do Daycoval, ressalta que a volatilidade nos cenários interno e externo dificulta previsões. Enquanto o dólar perdeu valor globalmente, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos favorece o real. Carlos Lopes, economista do banco BV, mantém uma projeção de 6 reais para o dólar até o fim do ano, citando a deterioração das contas públicas como um fator de pressão ao câmbio.
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