Economia

Guerra tarifária de Trump e desafios aos Brics impactam investimentos globais

Mercados enfrentam forte volatilidade após tarifas comerciais de Donald Trump, que afetam diretamente exportadores brasileiros e o fluxo de capital.

Donald Trump e tarifas (Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Ilustração/Foto de arquivo)

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A incerteza voltou a dominar os mercados financeiros após o anúncio de Donald Trump sobre a implementação de tarifas comerciais a partir de 1º de agosto. O presidente dos EUA também indicou uma taxa adicional de 10% para países do Brics, o que gera preocupações para exportadores brasileiros. Na segunda-feira (7), os principais índices acionários sofreram quedas significativas: o Dow Jones caiu 1,12%, o Nasdaq 0,98% e o S&P 500 1%. O Ibovespa também recuou 1,07%, encerrando o dia a 139.756,15 pontos.

Os títulos do Tesouro americano, conhecidos como Treasuries, tiveram alta, enquanto as commodities apresentaram comportamentos variados. O cobre e outros metais industriais enfrentaram perdas, enquanto o petróleo registrou valorização. Especialistas alertam que a volatilidade deve persistir, uma vez que as medidas protecionistas de Trump afetam diversos setores da economia global. Carlos Honorato, professor da FIA Business School, recomenda cautela aos investidores, afirmando que é prudente aguardar as próximas ações do governo americano.

Impactos no Brasil

Os efeitos das tarifas podem ser profundos para o Brasil, especialmente no que diz respeito ao fluxo de capital. Jorge Ferreira dos Santos, economista da ESPM, destaca que a incerteza global tende a reduzir o investimento estrangeiro em países emergentes, levando investidores a evitar ativos de maior risco. A tarifa adicional para os países do Brics pode prejudicar as exportações brasileiras, especialmente em setores como aço, alumínio e produtos agrícolas. George Sales, especialista em mercado financeiro na Fipecafi, alerta que empresas exportadoras podem enfrentar margens menores e perda de mercado.

Por outro lado, a guerra tarifária pode abrir oportunidades para o Brasil em setores como agronegócio e mineração, já que a China pode aumentar suas compras de produtos brasileiros. A pressão sobre exportadores também pode elevar os spreads soberanos, impactando o custo de captação do Brasil. Santos explica que um aumento no risco soberano encarece o financiamento e desvaloriza o real, criando um cenário desafiador.

Voo para a Qualidade

Diante da incerteza, investidores buscam ativos mais seguros, um movimento conhecido como "fly to quality". Os títulos do Tesouro americano, com retornos próximos das máximas históricas, se destacam nesse cenário. O dólar se valorizou, subindo 1% em relação ao real, enquanto o índice do dólar, o DXY, aumentou 0,62%. Nos Estados Unidos, setores voltados ao mercado interno, como varejo e construção civil, podem se beneficiar das políticas de substituição de importações, enquanto segmentos de defesa e tecnologia também ganham com o protecionismo.

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