Hyundai aposta em produção flexível de híbridos para enfrentar desafios de crescimento

A Hyundai alertou sobre a desaceleração do crescimento devido a ameaças de tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, e um cenário político interno instável. A montadora sul-coreana projeta vender 4,17 milhões de carros em 2024, um aumento de apenas 0,1% em relação ao ano anterior, refletindo incertezas globais que afetam a demanda. A empresa, que é a terceira maior do mundo, estabeleceu uma meta de crescimento de 3% a 4% para 2025, após um último trimestre misto.

No último trimestre de 2023, a Hyundai reportou um lucro operacional de 2,8 trilhões de wons (aproximadamente US$ 1,9 bilhão), uma queda de 17% em relação ao ano anterior, não alcançando as expectativas de 3,4 trilhões de wons. Apesar de um aumento de 12% nas vendas no período, o alerta da montadora destaca os riscos que as fabricantes enfrentarão em 2025, especialmente com a possibilidade de Trump revogar subsídios para veículos elétricos (VEs), o que impactaria negativamente suas vendas nos EUA.

A Hyundai, que possui fábricas no Alabama e na Geórgia, busca mitigar os efeitos das tarifas aumentando a produção local. Executivos da montadora afirmaram que as mudanças nas políticas de subsídios exigem aprovação do Congresso, o que pode manter a legislação atual até o final de 2025. Com a demanda por VEs em desaceleração, a empresa planeja um aumento de 30% nas vendas de veículos híbridos e está adaptando sua fábrica na Geórgia para produzir híbridos e veículos a gasolina conforme a demanda.

Além dos desafios nos EUA, a Hyundai enfrenta dificuldades na Europa, onde as vendas estão estagnadas devido à inflação e custos de empréstimos elevados. Para 2025, a montadora prevê uma queda de 1,1% nas vendas na Europa, enquanto espera crescimento de 0,8% na América do Norte e cerca de 4% na Ásia-Pacífico. A empresa também lida com um won mais fraco, que causou custos adicionais de 770 bilhões de wons no último trimestre. Para 2024, a Hyundai planeja um investimento total de 16,9 trilhões de wons, superando os 14,6 trilhões de wons do ano anterior, com uma meta de margem operacional de 7% a 8%.