Economia

Planejamento sucessório: lições da Natura e desafios do Grupo Objetivo

Guilherme Leal transferiu 3% das ações da Natura para seus filhos, planejando sucessão. A disputa pela herança de João Carlos Di Genio envolve um suposto herdeiro e fundos. Di Genio deixou um patrimônio de R$ 30 bilhões, sem planejamento sucessório. A viúva de Di Genio enfrenta desafios legais, sem testamento formalizado. Investidores estão comprando direitos de herança, uma prática nova no Brasil.

João Carlos Di Gênio, fundador do Grupo Objetivo, em palestra na UNIP - 17/03/2004 (Foto: Mônica Zarattini/Estadão Conteúdo)

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As empresas brasileiras Grupo Objetivo e Natura atuam em setores distintos, educação e higiene e beleza, respectivamente, mas a principal diferença entre elas reside na forma como conduziram suas sucessões. Recentemente, Guilherme Leal, cofundador da Natura, transferiu 3% de suas ações para seus filhos, reduzindo sua participação de 7,16% para 4,16%. Essa ação segue o exemplo de Luiz Seabra, que também doou parte de suas ações, garantindo a continuidade dos negócios da Natura, avaliada em mais de US$ 1,7 bilhão.

Em contraste, a sucessão de João Carlos Di Genio, fundador do Grupo Objetivo, se tornou um imbróglio. Ele deixou um patrimônio de R$ 30 bilhões sem planejamento sucessório, resultando em um inventário complexo e disputas familiares. A falta de um testamento gerou conflitos, incluindo a reivindicação de um suposto herdeiro, Bruno Augusto de Mello Pará, que alega ser filho biológico do empresário, mas cuja paternidade não foi confirmada.

Os advogados especializados em sucessão destacam que a ausência de planejamento pode levar a complicações significativas. Renata Bilhim, especialista em sucessões, enfatiza que um testamento poderia ter evitado a confusão. A cultura brasileira ainda resiste a discutir a morte e o planejamento sucessório, mas dados recentes mostram um aumento de 35,5% na demanda por testamentos entre 2012 e 2022, indicando uma mudança gradual nesse cenário.

Além disso, a entrada de investidores que compram direitos de herança, como no caso de Bruno, representa uma nova dinâmica no mercado. Essa prática, conhecida como "special sits", pode acelerar processos sucessórios, que, no Brasil, costumam ser longos e complicados. A situação da família Di Genio exemplifica a importância de um planejamento sucessório adequado para evitar disputas e garantir a preservação do patrimônio.

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