Queda nas vendas da Tesla levanta questionamentos sobre a influência política de Elon Musk

As vendas da Tesla enfrentam uma queda sem precedentes, com concorrentes ganhando espaço rapidamente. Em 2023, a empresa registrou sua primeira redução nas vendas globais, com uma queda de 1% em relação ao ano anterior. Embora esse número não seja alarmante para muitas empresas, é significativo para a Tesla, que havia experimentado aumentos de 38% e 40% nos dois anos anteriores. Em um período mais curto, as vendas nos Estados Unidos caíram 16% entre dezembro e janeiro, uma tendência comum após um impulso de vendas no final do ano.

A análise da S&P Global Mobility revelou uma diminuição no número de compradores recorrentes de Tesla em estados que votaram no candidato democrata, caindo de 72% no último trimestre de 2023 para 65% no mesmo período de 2024. Em contrapartida, a lealdade dos compradores em estados republicanos aumentou levemente, de 47,6% para 48,2%. Essa perda de participação de mercado em estados democratas, como a Califórnia, sugere uma possível mudança no interesse dos consumidores.

Pesquisas indicam que 32% dos potenciais compradores nos EUA afirmam que "não considerariam" comprar um Tesla, um aumento em relação a 27% no ano anterior. Além disso, a desaprovação em relação ao papel de Elon Musk na administração Trump é alta, com 53% dos entrevistados expressando descontentamento. O número crescente de Teslas usados à venda, que aumentou 28% em relação ao ano anterior, pode ser um indicativo de insatisfação com a marca.

A competição também se intensificou, com montadoras tradicionais como General Motors, Ford e Volkswagen lançando novos modelos de veículos elétricos a preços competitivos. A Tesla, por sua vez, fez mudanças modestas em sua linha principal, e o novo modelo Cybertruck ainda não teve vendas expressivas. A montadora chinesa BYD já superou a Tesla em vendas globais no quarto trimestre de 2024, embora ainda não tenha entrado no mercado americano.