Raiar Orgânicos planeja expandir produção de ovos orgânicos para 2 milhões de aves

A Raiar Orgânicos, produtora de ovos com sede em São Paulo, planeja expandir sua produção de 300 mil para mais de 2 milhões de aves nos próximos anos, visando atender à crescente demanda por ovos orgânicos. O CEO, Marcus Menoita, destacou que a empresa, fundada em 2021, produziu 39,71 milhões de ovos no ano passado e projeta um aumento de 82%, alcançando 72,14 milhões este ano. Para isso, a companhia pretende replicar seu modelo de fazenda em Avaré e estabelecer três novos polos de produção, incluindo fábricas de ração e centros de distribuição.

Em 2024, a Raiar alcançou um faturamento de R$ 50 milhões, com a meta de dobrar esse valor para R$ 100 milhões. O crescimento é financiado por 60 investidores, incluindo nomes de destaque como Fábio Barbosa, CEO da Natura. A expansão ocorre em um cenário de movimentação no agronegócio, com a JBS adquirindo 50% da Mantiqueira Alimentos, maior granja do Brasil. A Raiar se diferencia ao focar exclusivamente em produtos orgânicos, atendendo a consumidores preocupados com sustentabilidade.

A empresa fornece ovos para grandes redes de varejo, como Carrefour e Grupo Pão de Açúcar, e está presente em nove estados com mais de 2.000 pontos de venda. Além disso, oferece ovos pasteurizados para redes de hotéis em São Paulo, contribuindo para a sustentabilidade ao aproveitar ovos que não atendem padrões comerciais. Menoita ressaltou que, apesar da dominância de grandes players no mercado de carnes, o setor de ovos ainda é pulverizado, o que representa uma oportunidade.

A Raiar investiu mais de R$ 150 milhões nos últimos três anos, dobrando seu tamanho e faturamento anualmente. Um dos principais desafios foi garantir o fornecimento de milho orgânico, superando ceticismos sobre a viabilidade de cultivo sem agrotóxicos. A empresa desenvolveu uma cadeia produtiva para assegurar esse fornecimento e firmou parcerias, como com a Suzano. Menoita acredita que o aumento da produção tornará os ovos orgânicos mais competitivos e que a prioridade é abastecer o mercado interno, onde a demanda já supera a capacidade atual em 50%.