14 de mar 2025
Empreendedora ruandense transforma pneus descartados em calçados sustentáveis
A empreendedora rwandense Kevine Kagirimpundu fundou a Uzuri K&Y em 2013. A marca transforma pneus usados em calçados sustentáveis, removendo 10 toneladas. A empresa capacitou 1.500 jovens, com 70% sendo mulheres, em artesanato. O governo de Ruanda proíbe plásticos, criando um ambiente propício para a inovação. Uzuri K&Y produz mais de 4.500 pares de sandálias mensalmente em Kigali.
Foto: Reprodução
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A cada ano, cerca de um bilhão de pneus são descartados globalmente, segundo o Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável. Muitos desses pneus acabam em aterros, representando riscos à saúde e ao meio ambiente. Na África, a empreendedora rwandense Kevine Kagirimpundu encontrou uma forma de reaproveitar a borracha, criando calçados fashion. Durante seus estudos em design criativo na Universidade de Ruanda, ela percebeu que as opções de emprego eram limitadas e decidiu agir. Pesquisando sobre a fabricação de produtos, surgiu a ideia de usar pneus velhos para solas de sapatos.
Em 2013, Kagirimpundu e sua amiga Ysolde Shimwe lançaram oficialmente a Uzuri K&Y, que significa beleza e bondade em suaíli. A marca de calçados ecológicos oferece uma variedade de sandálias artesanais para homens, mulheres e crianças. “Queríamos ser diferentes, mas também fazer parte da solução, especialmente com a proibição de sacolas plásticas em Ruanda”, afirmou Kagirimpundu. O governo rwandense baniu a fabricação e uso de sacolas plásticas em 2008 e, em 2019, proibiu plásticos de uso único.
Como CEO, Kagirimpundu destaca que a missão da empresa está alinhada com os esforços de Ruanda para reduzir o desperdício. A Uzuri K&Y compra pneus de aterros locais e produz as sandálias em sua instalação em Kigali, com capacidade para mais de 4.500 pares por mês. Em 2022, Ruanda descartou mais de 5.000 toneladas de pneus, e a empresa já removeu 10 toneladas métricas de borracha dos aterros. Além do impacto ambiental, a CEO enfatiza a importância social: “Precisávamos criar um negócio que gerasse emprego para mulheres”, disse.
Kagirimpundu também enfrentou desafios iniciais, como a falta de mão de obra qualificada. Para contornar isso, estabeleceu um programa de treinamento para ensinar habilidades a locais, com 1.500 jovens capacitados, sendo cerca de 70% mulheres. Ela ressaltou que proporcionar uma renda estável a mulheres é “inestimável”, especialmente em um país com taxa de desemprego de 13%, e 14,5% entre mulheres. “É um coletivo de mulheres trabalhando juntas para criar algo grande e importante”, concluiu.
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