14 de mar 2025
Ações da Natura despencam quase 30% após resultados decepcionantes do 4T24
A Natura &Co (NTCO3) registrou prejuízo de R$ 439 milhões no 4T24, queda de 83,5%. A ação despencou até 29%, resultando em perdas de R$ 5 bilhões em valor de mercado. A empresa enfrenta custos elevados com a Avon Internacional, em recuperação judicial nos EUA. A falta de guidance gera incertezas sobre a rentabilidade futura e dividendos. A Natura avalia alternativas para a Avon, incluindo venda ou parcerias estratégicas.
Loja da Natura no Rio de Janeiro (Foto: Hermes de Paula / Agência O Globo)
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Os papéis da Natura (NTCO3) enfrentaram uma queda acentuada de até 28% na manhã desta sexta-feira, 14 de fevereiro de 2024, após a divulgação de resultados financeiros que decepcionaram o mercado. A empresa, que viu seu valor de mercado encolher em R$ 5 bilhões, reportou um prejuízo líquido de R$ 438,3 milhões no quarto trimestre, uma redução de 83,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas com um prejuízo anual acumulado de R$ 8,9 bilhões. A alta nos custos operacionais e de transformação, além das despesas relacionadas à Avon International, que passa por um processo de recuperação judicial nos EUA, impactaram negativamente os resultados.
O EBITDA ajustado da Natura ficou 35% abaixo das expectativas, totalizando R$ 703 milhões, enquanto a receita líquida alcançou R$ 7,7 bilhões, um crescimento de 16,1% em relação ao ano anterior. Apesar de um desempenho positivo nas vendas, especialmente no Brasil, a empresa enfrentou dificuldades devido à pressão nas margens, que caíram para 9,1%. Analistas destacam que a falta de um guidance claro sobre o futuro levanta incertezas sobre a continuidade da recuperação.
Os analistas do Bradesco BBI e do Citi expressaram preocupações sobre a lucratividade e as margens da Natura, que não corresponderam às expectativas. O Bradesco manteve a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 17, enquanto o Citi também reiterou a compra, com preço-alvo de R$ 16,60. A dívida líquida da empresa foi reportada em R$ 2,4 bilhões, com uma relação dívida líquida/EBITDA de 2 vezes, o que limita a capacidade de pagamento de dividendos.
Durante a teleconferência com analistas, o diretor financeiro Guilherme Castellan afirmou que a Natura está avaliando alternativas para a Avon Internacional, incluindo a possibilidade de venda ou parcerias. Ele ressaltou que a companhia está comprometida em melhorar a rentabilidade e reduzir o consumo de caixa, especialmente em meio às dificuldades enfrentadas na Argentina, que impactaram os resultados trimestrais. A Natura continua a buscar sinergias na integração com a Avon, enquanto trabalha para restaurar a confiança do mercado.
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