Audi anuncia corte de 7.500 empregos na Alemanha para enfrentar desafios econômicos

A Audi, parte do grupo Volkswagen AG, anunciou a intenção de cortar até 7.500 empregos na Alemanha até 2029, o que representa cerca de 14% da força de trabalho da marca no país. A montadora busca melhorar sua lucratividade, que tem enfrentado desafios significativos, especialmente em mercados como a China. Segundo o CEO da Audi, Gernot Döllner, a empresa precisa se tornar "mais rápida, ágil e eficiente". Os cortes não afetarão os trabalhadores das fábricas, e a Audi planeja investir aproximadamente 8 bilhões de euros (cerca de US$ 8,7 bilhões) em suas unidades alemãs durante esse período.

Em 2024, a Audi registrou uma queda de 7,63% nas receitas e uma redução de 37,85% no lucro operacional, com o lucro médio por veículo vendido caindo 29,54%. A montadora enfrenta um cenário desafiador, com queda na demanda na Europa e concorrência crescente de marcas chinesas. A empresa já havia negociado os cortes com sindicatos, prevendo uma economia de 1,1 bilhão de euros (aproximadamente R$ 6,8 bilhões). Apesar das dificuldades, a Audi planeja investir 8,8 bilhões de euros (cerca de R$ 54,7 bilhões) nos próximos cinco anos, focando na produção de veículos elétricos.

As entregas da Audi caíram 12% no ano passado, refletindo a pressão do mercado. A montadora planeja lançar dez novos modelos nos Estados Unidos até o final do próximo ano, onde as vendas caíram 14% em 2024. Na China, a Audi iniciou a produção do SUV elétrico Audi Q6L e-tron em parceria com a FAW e planeja expandir sua linha de veículos híbridos plug-in. Döllner destacou que, embora o futuro seja elétrico, a empresa precisa de flexibilidade para se adaptar às mudanças do mercado.

Os cortes de empregos na Audi se somam a uma onda de reduções em toda a Volkswagen, que já anunciou 35.000 cortes até o final da década. A Porsche também está enfrentando desafios, planejando cortar 1.900 postos de trabalho devido à demanda reduzida no mercado de luxo chinês. A Audi, no entanto, garantiu que as reduções de pessoal ocorrerão sem demissões, buscando reestruturar suas operações para enfrentar um ambiente econômico cada vez mais desafiador.