Bayer é condenada a pagar US$ 2,1 bilhões por danos relacionados ao herbicida Roundup

Um júri no estado da Geórgia condenou a Bayer a pagar aproximadamente US$ 2,1 bilhões a um demandante que alegou que o herbicida Roundup causou câncer. O veredito, proferido na sexta-feira, inclui US$ 65 milhões em danos compensatórios e US$ 2 bilhões em danos punitivos, conforme comunicado dos escritórios de advocacia Arnold & Itkin LLP e Kline & Specter, que representam o autor da ação. A Bayer anunciou que irá recorrer da decisão.

Este veredito é um dos maiores em casos relacionados ao Roundup, que a Bayer incorporou após a aquisição da Monsanto por US$ 63 bilhões em 2018. Desde então, a empresa enfrentou litígios que resultaram em custos de cerca de US$ 10 bilhões. Apesar de ter vencido 17 dos últimos 25 julgamentos, a Bayer também sofreu derrotas significativas, com jurados concedendo bilhões em indenizações.

A companhia defende que os produtos à base de glifosato, como o Roundup, são seguros e eficazes, citando um histórico de uso e estudos rigorosos. A Bayer afirmou que o veredito contradiz o consenso científico e regulatório global sobre a segurança do glifosato. A empresa também destacou que, em casos anteriores, conseguiu reduzir as indenizações em até 90% em comparação com os valores iniciais.

Atualmente, a Bayer enfrenta mais de 60 mil casos pendentes relacionados ao Roundup, com provisões financeiras de aproximadamente US$ 5,9 bilhões para lidar com esses litígios. O CEO Bill Anderson se comprometeu a resolver a maioria das disputas até 2026, enquanto as ações da empresa caíram mais de 70% desde a aquisição da Monsanto, refletindo a preocupação dos investidores com os riscos legais associados.